Cotidiano

Bombardeios a cidade síria dominada por EI matam 23 civis

DAMASCO/MOSCOU – Pelo menos 23 civis morreram em bombardeios aéreos lançados sobre a cidade de Mayadin, no leste da Síria, sob domínio do grupo Estado Islâmico (EI) – anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Não se sabe a autoria dos ataques, que acontecem nos primeiros dias de vigência de um cessar-fogo difícil de alcançar entre EUA e Rússia e que já sofre várias acusações de violação.

“Pelo menos 23 civis, entre eles nove crianças, foram mortos em ataques aéreos sobre a cidade de Mayadin”, na província de Deir Ez-zor, informou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane, acrescentando que um dos ataques visava a uma escola que abrigava deslocados da guerra.

O EI está excluído da trégua, e continua sendo alvo de ataques.

Violações pontuais do cessar de hostilidades têm sido registradas, denunciaram partes envolvidas nas negociações. O Ministério da Defesa russo afirmou ter registrado 45 casos de desrespeito ao acordo somente nas últimas 24 horas.

A Síria está violando o acordo de cessar-fogo assinado entre Estados Unidos e Rússia ao impedir o envio de ajuda a Aleppo, indicou o enviado especial da ONU, Staffan de Mistura. Enquanto rebeldes e forças sírias se acusam de não cumprir as regras acertadas, a Rússia afirmou que as tropas de Bashar al-Assad começariam a se retirar da estrada que leva à cidade.

? Esperava-se que o governo, repito o governo, fornecesse permissões, autorizações. Não as recebemos ? disse Mistura, em Genebra.

Vinte caminhões já começaram a cruzar a fronteira entre Síria e Turquia, mas precisam das permissões para atingir zonas cercadas, como Moadamiyah, al Waer e Douma, além da própria Aleppo, controlada em sua maior parte pelos rebeldes. A ajuda poderia chegar a elas no final da semana, mas Mistura disse que os veículos só seguirão se houver condições de segurança. Segundo ele, EUA e Rússia deveriam agir para ?abrir a estrada?.

De acordo com a Rússia, as forças sírias vão começar a se retirar de uma estrada vital para levar assistência a moradores dos bairros rebeldes de Aleppo. No entanto, o chefe do centro russo de coordenação na Síria, Vladimir Savchenko, cobrou que os rebeldes fizessem o mesmo.

Milhares de civis estão cercados em cerca de 20 cidades, a maioria por forças do governo. Em Aleppo, chegam a ser 250 mil pessoas isoladas há dois meses, enfrentando falta de comida e medicamentos.