Cotidiano

Bloqueio de bens de Bumlai, ex-presidente e diretores do BNDES alcança R$ 665 milhões

SÃO PAULO. A Justiça Federal de Dourados (MS) mantém bloqueados R$ 665,7 milhões em bens do ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, do pecuarista José Carlos Bumlai e de mais 21 pessoas no processo que investiga irregularidades na concessão de um empréstimo do banco à usina São Fernando. Segundo o Ministério Público Federal do Mato Grosso do Sul, o bloqueio foi realizado no fim de 2016, mas o sigilo do processo só foi levantado nesta segunda-feira.

Segundo o MPF-MS, Coutinho e diretores do banco são acusados de cometer fraudes que resultaram na concessão e renegociação de empréstimos para a Usina São Fernando, pertencente à família Bumlai. Entre os acusados no processo está também a holding Heber Participações, do Grupo Bertin, sócia da família Bumlai na usina. Os empréstimos foram feitos entre 2008 e 2012 e somaram R$ 496,6 milhões, sendo R$ 395,1 milhões em operação direta com o BNDES e o restante com a intermediação de instituições financeiras.

O valor bloqueado corresponde ao montante da dívida ainda não quitada. Os bens da Usina São Fernando não foram bloqueados porque a empresa está em recuperação judicial.

Bumlai foi condenado na Operação Lava-Jato a nove anos e 10 meses de prisão por ter feito um empréstimo de R$ 12 milhões em seu nome, em 2004, no Banco Schahin, destinado ao PT. A dívida foi quitada fraudulentamente quando o grupo Schahin conseguiu um contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 10000. Bumlai, que enfrenta problemas de saúde, cumpre prisão domiciliar por determinação do Supremo Tribunal Federal.