Cotidiano

Bill Pullman diz que o ex-presidente do novo ?Independence Day? é ?único?

201606222120349729.jpgSÃO PAULO – Vinte anos depois de visitar o Brasil para promover “Independence Day” (1996), o ator americano Bill Pullman volta ao pais para divulgar a continuação, “Independence Day: o ressurgimento”, que estreia nesta quinta nos cinemas brasileiros — ambos os filmes são dirigidos pelo alemão Roland Emmerich. Pullman retoma o papel de Whitmore, agora um ex-presidente reverenciado por seu papel na resistência aos alienígenas que tentaram invadir o planeta, mas mantido sob controle para conter seus frequentes rompantes paranoicos. O ator participou de um evento no Allianz Park, estádio do Palmeiras, no qual foram exibidos em seguida os dois filmes.

— Esses episódios são vistos como resultado de um trauma que ele sofreu ao ter sua mente invadida pelos extraterrestres, uma manifestação de seus medos. No fim, o que fala acaba se provando premonitório. Acho que não tivemos ninguém parecido, nos Estados Unidos, pelo menos. É mais como um general ferido em batalha, mas com muitas habilidades que ainda podem ser úteis. Esse tipo de coisa nunca aconteceu de verdade. Acho que Whitmore é único — disse ele, em entrevista ao GLOBO, em um hotel no bairro dos Jardins, Zona Oeste de São Paulo.

Os tempos mudaram. Os Estados Unidos são liderados por uma presidente, Landford (Sela Ward), que logo no início do filme, levada pelo afã de seus assessores mais belicosos, toma decisões que se mostram perigosas para os destinos do planeta. O ator brinca que a personagem, pela cronologia da ficção, deve ser a quarta ou quinta mulher a assumir a liderança do país e defende a “colega”, comparando-a com a presidente afastada do Brasil, Dilma Rousseff:

— Não é como Dilma, que foi a primeira presidente brasileira. Landford fez opções erradas, mas compreensíveis, diante das ameaças. Como Dilma, aqui no Brasil. Quando você pensa em alguém no comando de uma economia, que diminui por causa de mudanças nos mercados mundiais, percebe que as escolhas feitas por ela ao longo de seu mandato não são tão incomuns, seja para um homem ou uma mulher.

Eleitor declarado de Hillary Clinton, que disputa a candidatura democrata à presidência americana com o senador Bill Sanders, o ator se diz surpreso com o crescimento nas pesquisas do milionário Donald Trump, virtual candidato pelo campo republicano:

— Eu voto para Hillary Clinton, sempre a apoiei. Tenho um casal de filhos e penso muito no futuro deles. Creio que é a melhor escolha, porque ela é incrivelmente humana e capacitada. Por outro lado, estou muito surpreso com as pesquisas recentes, que mostram índices tão próximos. Não consigo entender como alguém pode votar em uma pessoa que afronta o Estado de Direito e fala contra direitos mais básicos. Isso diz muito sobre as pessoas estúpidas que votam nesse tipo de candidato — disse ele, sem mencionar o nome de Trump.