Política

Berté pede para depor

A alteração do projeto do Morumbi EcoPark, que causou polêmica e resultou na saída de três secretários do governo Paranhos, terá um novo capítulo nesta semana. O ex-secretário de Meio Ambiente, Juarez Berté, vai depor na próxima quinta-feira (15) à Comissão de Viação, Obras Públicas e Urbanismo da Câmara de Vereadores.

Berté, que pediu para depor, pretende esclarecer dúvidas que ainda pairam sobre a polêmica obra milionária que integra o PDI (Plano de Desenvolvimento Integrado). A conversa com os vereadores que compõem a comissão será às 9h30.

O ex-secretário voltou a afirmar que o projeto original da obra que previa tubulação de aço foi elaborado pelo então secretário de Planejamento Fernando Dillenburg e que depois foi alterado pelo secretário de Obras Públicas Jorge Lange, que autorizou a troca do material por concreto.

Berté diz que não fez nada errado para que necessite se defender, afirma que fez o que era certo ao não assinar as alterações, mas que precisa esclarecer alguns pontos. Para ele, houve uma tentativa de “ingerência sem necessidade” dos outros dois secretários em sua pasta ao mudarem um projeto sem sua consulta e pedir para que ele assinasse. A Secretaria de Meio Ambiente é quem ordena as despesas da obra que em seu conjunto total custará R$ 17 milhões.

Sem retorno

Na semana passada, o prefeito Leonaldo Paranhos afirmou que Berté precisaria se afastar da função, assim como os outros dois secretários, até que o processo administrativo seja concluído, o que pode levar até 45 dias. Depois ele poderia retornar à função.

Berté diz que nem está discutindo seu retorno, afirma que foi colocado em uma “situação chata” e afirma que se o processo original não especificasse um tipo de material de aço, que é fabricado apenas por uma empresa, a licitação poderia ter atraído mais concorrentes ao certame e consequentemente baixado o custo da obra.

Prejudicado

O ex-secretário disse que em momento algum tentou prejudicar os demais secretários, mas que também não pode ser prejudicado. “Quando a bomba estourou eles pressionaram o Paranhos e pediram a minha cabeça”, declara.

A assessoria do prefeito Paranhos disse que ele não irá comentar as declarações de Berté. O prefeito decidiu não falar mais sobre o caso, mas na semana passada ele responsabilizou a empresa pela troca dos materiais e determinou a abertura de um procedimento interno para investigar o caso.