Cotidiano

BCE não vê risco de crise no setor bancário da zona do euro

MILÃO – O Banco Central Europeu (BCE) não vê risco de uma crise bancária na zona do euro, apesar de algumas instituições financeiras do bloco enfrentarem dificuldades, afirmou nesta quarta-feira Ignazio Angeloni, um alto supervisor da autarquia responsável pelas principais entidades financeiras da região.

As ações dos bancos têm sofrido uma série de liquidações este ano devido à preocupação dos investidores sobre o impacto em seus lucros de baixas taxas de juros, grande quantidade de empréstimos podres em alguns países e a multa bilionária que o Deutsche Bank ? principal banco da Alemanha ? pode vir a pagar aos Estados Unidos para encerrar questões legais sobre danos causados na crise financeira de 2008.

Angeloni, um membro do alto escalão do departamento do BCE responsável pela supervisão dos 129 grandes bancos da zona do euro, afirmou que o sistema bancário da região é sólido.

? Há casos específicos de bancos que estão com problemas, mas o sistema é sólido ? afirmou a autoridade em evento em Milão. ? Existem ferramentas financeiras e de supervisão para abordar situações particulares. Não vemos pré-condições para uma crise sistêmica.

O BCE está buscando que os bancos reduzam a carga de US$ 1,01 bilhão em créditos podres deixada desde a última crise financeira. Os esforços incluem o pedido para que os bancos estabeleçam objetivos, em números, para os níveis de créditos de mal desempenho que esperam alcançar num prazo de um a três anos, de acordo com as normativas do BCE publicadas no mês passado.

Angeloni admitiu que o processo poderia levar tempo, mas disse que era necessário começá-lo imediatamente.

? Devemos estar conscientes que a situação, inclusive para os bancos cujo problema é mais acentuado, não pode ser rápida demais. Mas justamente por ser um processo longo, deveria começar agora mesmo ? destacou.