Cotidiano

BCE conversa com bancos com sede em Londres sobre acesso à UE após ?Brexit?

BCE2.JPGFRANKFURT ? O Banco Central Europeu está conversando com os bancos que buscam transferir algumas operações de Londres à Zona do Euro após a decisão do Reino Unido de deixar a União Européia, disse, nesta terça-feira, Sabine Lautenschlaeger, integrante do Conselho Executivo do BCE. Manter uma presença na União Europeia permitiria aos bancos realizar negócios com o bloco de 450 milhões de pessoas, enquanto permanecem sob supervisão única, controlando os custos e a complexidade das operações.

O Goldman Sachs, por exemplo, está considerando transferir algumas operações a Frankfurt como resultado do referendo, o que poderia significar que os bancos percam seus ?passaportes? ou o direito automático a fazer negócios na UE.

?Já temos muitos bancos pedindo entrevistas e reuniões para que possam identificar onde estão nossos pontos de pressão e onde diferem nossos métodos da Autoridade de Regulação Prudencial do Reino Unido?, disse Lautenschlaeger em uma conferência em Frankfurt. “Certamente, estamos nos preparando?.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que iniciará conversações formais para a saída do bloco em fins de março de 2017. Diante deste panorama, importantes banqueiros asseguraram no mês passo que poderiam comelar a transferir pessoal para o exterior no próximo ano se não houver clareza sobre se o Reino Unido manterá o acesso ao mercado único europeu quando deixar a UE.

De acordo com lobistas, o livre acesso de Londres ao mercado da UE tem um valor de cerca de 10.000 milhões de libras (US$ 12.000 milhões) por ano para a economia britânica. Os bancos estão dispostos a conservar os denominados direitos de passaporte e se viram afetados pelos comentários de May, que parecem dar prioridade à limitação da imigração e não à retenção do acesso ao mercado único.

O governo está profundamente dividido sobre seus planos a respeito da futura relação do Reino Unido com o bloco, segundo um memorando do governo ao qual teve acesso o jornal The Times.