Cotidiano

BC vê PIB menor e reduz projeção para 1,6%

Brasília – Na esteira da piora das condições financeiras no Brasil e da greve dos caminhoneiros do fim de maio, o BC (Banco Central) reduziu sua expectativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2018, de 2,6% para 1,6%. O novo porcentual consta no RTI (Relatório Trimestral de Inflação), divulgado nessa quinta-feira, 28.

O BC manteve a estimativa de inflação para 2018 no cenário de referência, que utiliza câmbio e juros constantes para o horizonte de projeções. Segundo o RTI, esse cenário indica um IPCA de 4,2% para este ano. O porcentual é o mesmo verificado na ata do último encontro do Copom (Comitê de Política Monetária), que saiu na terça-feira. No RTI divulgado em março, o BC projetava 3,6% pelo cenário de referência neste ano.

Para 2019, o cenário de referência indica que o IPCA ficará em 4,1%, porcentual também igual ao visto na ata. No RTI de março, a projeção era de 4%. Já a projeção para o IPCA de 2020, pelo cenário de referência, também está em 4,1%, conforme o RTI divulgado ontem. No relatório anterior, de março, o porcentual calculado era de 4,1%.

É mais provável que a inflação de 2018, 2019 e 2020 fique fora da margem aceitável por ser inferior ao piso que superior ao teto, segundo avaliação do BC. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC em 2018 é de 4,5%, sendo que há margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (taxa de 3% a 6%).

O documento mostra que a probabilidade de o IPCA terminar 2018 abaixo do piso da meta – de 3% – aumentou de 2% calculados em março para 8% atualmente. Já a probabilidade de a inflação ficar acima do teto da meta – de 6% – caiu expressivamente de 24% há três meses para 2% em junho.

Nos cálculos do cenário de referência, o BC considerou uma Selic de 6,5% ao ano e um dólar a R$ 3,70.