Economia

BC mantém Selic em 2% ao ano, mas economistas veem alta de juros em 2021

Esta é a terceira vez que a taxa básica não sofre alteração, após nove cortes consecutivos

BC mantém Selic em 2% ao ano, mas economistas veem alta de juros em 2021

Apesar da alta recente da inflação e da pressão contínua dos preços, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a Selic (a taxa básica da economia) em 2% ao ano. Esta é a terceira vez que a Selic não sofre alteração, após nove cortes consecutivos. Com isso, a taxa se manteve no menor piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.

Com a Selic a 2% ao ano, o Brasil segue com juro real (descontada a inflação) negativo. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está em -1,69% ao ano. Apesar disso, o País possui o 28º juro real mais alto do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes.

A decisão desta quarta-feira (9) era a esperada pelo mercado financeiro. Contudo, as dúvidas sobre a possibilidade de o BC manter a Selic em 2% ao ano por muito tempo se ampliaram nas últimas semanas. Isso porque os dados recentes mostraram uma inflação acelerada. O IPCA – índice oficial de inflação – fechou novembro com alta de 0,89%, após ter avançado 0,86% em outubro. Gastos com alimentação e preços administrados (como energia elétrica) têm pressionado o índice. Com uma inflação mais alta, o BC seria obrigado a subir os juros.