Cotidiano

BB quer elevar rentabilidade, mesmo com taxas menores nos empréstimos

254201884_1-7.jpgBRASÍLIA – Mesmo com previsão de queda dos juros e com o emepnho do governo federal pela redução das taxas cobradas em empréstimos, o cenário para o Banco do Brasil em 2017 é de aumento da rentabilidade, mesmo que isso signifique redução de participação de mercado, disse o presidente da instituição, Paulo Caffarelli. BB 2712

Ainda que o setor atenda o pedido do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para que os bancos reduzam a taxa média dos spreads (diferença entre o custo de captação e de empréstimo), é possível elevar a rentabilidade em relação aos concorrentes, por meio de melhor melhor gestão de sua carteira de crédito, com foco em linhas mais rentáveis, afirmou Caffarelli.

? Na vida financeira, você tem que tomar algumas decisões: ou você quer ter ?market share? (participação de mercado) ou rentabilidade. E eu quero aqui falar, em nome da nossa equipe, que a nossa preocupação neste momento é recuperar a nossa rentabilidade ? disse Caffarelli em entrevista à imprensa.

Ele explicou que a experiência anterior, conhecida como ?Bom para todos?, pela qual BB e Caixa foram usados pelo governo para forçar uma redução de spreads no mercado, não se mostrou ?frutífera? e que a redução dos juros não se faz por ?puxadinhos?.

Na prática, com o movimento anterior, os bancos privados não acompanharam a iniciativa dos bancos públicos, que acabaram perdendo rentabilidade em relação aos concorrentes nas carteiras de crédito. Hoje, segundo Caffarelli, a rentabilidade dos empréstimos do BB é de cerca de 60% do percebido nos bancos privados.

Colabora com essa meta de aumento da rentabilidade total do banco em 2017, segundo o presidente, o processo de digitalização do atendimento bancário. Do total de 30 mil correntistas, 9 mil já operam com celulares. Nesse ambiente, segundo, José Maurício Pereira Coelho, vice-presidente de finanças e relações com investidores do banco, é possível aumentar a receita de tarifas. Neste ano, o banco já anunciou o fechamento de diversas agências, migrando para um atendimento mais digital.

? Essa migração vai acontecer de forma acirrada ? disse Caffarelli.

Desde o início da oferta de contas digitais, já são 272 mil clientes com contas desse modelo e o banco espera, para 2017, 1,8 milhão. O número de agências digitais também deverá subir de 245 para 500. Para o próximo ano, o sistema digital vai ter como focos de maior expansão serviços de finanças pessoais, para o agronegócio e de seguros.

O banco reviu sua previsão original de crescimento para 2017 de 1,5% para 0,7%, ainda superior à previsão corrente do mercado. Mesmo assim, o BB prevê expansão da sua carteira de crédito em 2017, revertendo a queda deste ano.

Segundo Caffarelli, como papel do banco para colaborar com a retomada do crescimento do país está o alongamento do prazo de empréstimos já concedidos e a atuação nos processos de concessão de crédito para empreendimentos de infraestrutura.