Cotidiano

Barracão vai se transformar na casa da inovação de Londrina

Com uma área de cerca de 3 mil metros quadrados

gilson abreu
Pam - Londrina
gilson abreu Pam - Londrina

Um barracão antigo, abandonado e vandalizado por anos vai se transformar na casa da inovação de Londrina, na Região Norte, pelas mãos do Governo do Estado. Paralisadas desde 2015, as obras do Tecnocentro foram retomadas em dezembro do ano passado após um acordo que permitiu a liberação de R$ 2,6 milhões, a fundo perdido, pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas para a conclusão do espaço.

Localizado dentro do Parque Tecnológico de Londrina Francisco Sciarra e com uma área de cerca de 3 mil metros quadrados, o projeto do Tecnocentro prevê laboratório de análise de alimentos e produtos afins, módulos para instalação de empresas, recepção, auditório, sanitários e copa. Será administrado pela Prefeitura de Londrina e a previsão é que esteja concluído até novembro.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior ressaltou que o espaço, antigo barracão de uma marca de refrigerantes na cidade, foi idealizado para ser um polo de tecnologia da informação, agregando serviços e pesquisa. Segundo ele, vai fortalecer o ecossistema estadual de inovação e solidificar o Paraná como um dos estados mais modernos do País.

“O poder público atua para buscar novas ideias, tecnologias e maneiras de pensar para fortalecer a sociedade e a economia. Nossa preocupação é como vamos cuidar do futuro,”, disse o governador. “Contamos com o setor privado, com as boas ideias dos jovens e da academia para crescer, gerar emprego e a fomentar a riqueza local”, acrescentou.

LONGA ESPERA – Diretor de Ciência e Tecnologia do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Fabian Trelha revelou que o projeto começou a sair do papel em 2002, mas foi interrompido por falta de recursos. Retomado em 2015, não resistiu muitos meses até ser novamente paralisado.

Agora, quase 20 anos após a previsão inicial, avança para ser entregue aos londrinenses. A obra, destacou o diretor, está 80% finalizada e só não será entregue antes por causa de atrasos decorrentes da pandemia do novo coronavírus. “Londrina tinha o ecossistema, mas não tinha uma casa. O Tecnocentro será esse espaço, projetado para atender todas as demandas do sistema”, afirmou.

Trelha explicou ainda que o desenvolvimento tecnológico em Londrina se baseia em verticais específicos como agronegócio, saúde e tecnologia da informação, entre outros. Ações que, disse ele, serão interligadas e complementares dentro do Tecnocentro.

“São verticais de inovação que vão se conversar dentro do espaço, gerando pesquisa, desenvolvimento e validação de novos produtos. Vai acelerar a geração de valor agregado ao município e ao Estado”, destacou o diretor.

Ainda de acordo com Trelha, por enquanto está definido apenas que o laboratório de alimentos será gerido em parceria entre a Codel e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

PARCERIA – O secretário estadual do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas, João Carlos Ortega, reforçou que o pedido do governador Ratinho Junior é para que o Estado esteja cada vez mais próximo dos municípios, procurando alavancar as potencialidades e os arranjos produtivos locais (APLs).

“Melhorar a qualidade de vida da população através de investimentos que resultem em desenvolvimento e geração de emprego e renda”, afirmou. “Essa parceria do Governo do Estado com a cidade de Londrina só resulta em coisas boas para a nossa população”, afirmou o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati.

INDUTOR DA INOVAÇÃO – Para o governador Ratinho Junior, a conclusão do Tecnocentro evidencia a opção do Estado de ser um grande indutor da inovação que gera emprego e renda para a população, tanto na cidade quanto no campo. “Temos que trabalhar com o que temos de melhor nessa área. Por isso vamos potencializar os projetos de tecnologia no campo, já que o agronegócio está cada vez mais tecnológico, saindo da enxada e indo para os tablets e smartphones”, disse.

O governador ressaltou que o governo busca incentivar o ecossistema de inovação do Paraná, reunindo iniciativas e o know-how do Estado, prefeituras, academia e do setor produtivo. Um exemplo foi o credenciamento de 18 parques tecnológicos em todas as regiões do Estado para estimular o ambiente de inovação paranaense.

“O mercado de inovação gera muitos empregos. Temos empresas no Paraná que começaram há poucos anos como startups e já têm centenas de funcionários, uma mão de obra qualificada que recebe bons salários”, destacou o governador. “Trabalhamos muito para incentivar esse setor, o Paraná tem 18 parques tecnológicos espalhados por todo o Estado. Cidades como Londrina, Toledo, Curitiba e Pato Branco têm grandes empresas de base tecnológica”, afirmou.