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Barcelona critica veto a bandeiras da Catalunha na final da Copa do Rei

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O governo de Madri anunciou, nesta quarta-feira, a proibição da entrada de bandeiras da Catalunha no estádio Vicente Calderón, onde acontecerá a final da Copa do Rei entre Barcelona e Sevilla, neste domingo. A medida, mais um capítulo das disputas entre o governo central e províncias separatistas na Espanha, causou revolta no Barça e em autoridades políticas catalãs.

A justificativa do governo de Madri para o veto às bandeiras foi que o futebol “não deve se converter em cenário de enfrentamento político”. Barcelona e Madri sustentam uma rivalidade desde a ditadura do general Franco, entre as décadas de 1930 e 1970, quando o governo da capital proibia demonstrações culturais da Catalunha, incluindo o uso do idioma catalão.

O Barcelona soltou um comunicado oficial na tarde desta quarta, expressando sua “total e completa discordância” com a proibição da “Estelada”, como é chamada a bandeira da Catalunha. O clube considerou a medida uma afronta à liberdade de censura e pediu pelo “bom senso” das autoridades de Madri para que a decisão seja revista.

O veto às bandeiras também não foi bem digerido pela Generalidade da Catalunha, como é chamado o governo autônomo catalão. Carles Puigdemont, presidente da Generalidade, anunciou que não irá à decisão no Vicente Calderón, estádio do Atlético de Madrid, por considerar a proibição um “atentado” à democracia.

A presença de bandeiras catalãs em partidas de futebol já gerou polêmicas na Espanha. Na final da Copa do Rei da última temporada, entre Barcelona e Athletic Bilbao, os catalães exibiram a “Estelada” e também vaiaram, junto com os torcedores bascos, o hino da Espanha. Por conta disso, o Barça foi punido em 30 mil euros pela Uefa, multa que pode aumentar para 40 mil euros em caso de reincidência.