RIO ? Formada em 2013 (quando se chamava Von Graf), a banda carioca The Highjack vem sendo muito elogiada na cena local pelo bom uso de suas influências do classic rock dos anos 1960 e 70 (Beatles, Rolling Stones, The Who, Black Sabbath e Led Zeppelin) em mistura com a contemporaneidade de Jack White, Rival Sons e Black Keys. É o que eles mostram em “Express”, disco de estreia do quarteto, lançado nesta terça-feira pelo selo inglês Rare Candy.
O álbum foi produzido nos estúdios da gravadora Biscoito Fino, especializada em lançamento da música popular brasileira ? foi a primeira vez que uma banda de rock gravou por lá.
Antes do lançamento oficial do disco pelas plataformas digitais, a The Highjack, formada por Gabriel Galled Moura (voz e guitarra), Matheus Cecatto (guitarra), Lucas Rohloff (baixo) e Raphael Paci (bateria), já tinha divulgado o clipe dos singles “Seventies” e “School girl”, produzidos pela Jaé Filmes. The Highjack – Express
E, para celebrar a chegada de “Express” e melhor explicar o conceito das composições (cantadas em inglês), Gabriel preparou e mandou para o GLOBO um faixa a faixa do disco. Veja abaixo:
“Seventies”
Seventies foi a primeira música feita pela banda. Segundo a banda, ?foi muito interessante porque parecia que os quatro estavam ?precisando? fazer essa música – ela veio com muita naturalidade?. Seventies tem um riff forte de guitarra que te leva instantaneamente para os anos 70. Não é de se espantar que a letra fala sobre a enorme influência musical do final dos anos 60 e início dos 70, com várias referências à cultura e artistas da época. The Highjack – Seventies
“School girl”
A faixa é uma das primeiras da banda e vêm de uma história muito louca de Gabriel com uma menina igualmente muito doida. Noites adentro, música alta, bebedeira e uma tentativa de fuga de qualquer romance padrão e de seus joguinhos de relacionamento. ?Learn to play the blues, it will help to change those rules?, diz um trecho da letra. The Highjack – School Girl
“Black jacket”
Esta canção descreve nosso significado para ?perdição juvenil?, durante muitas noites em que estamos dirigindo pela cidade, bebendo nas esquinas ou curtindo cada momento da juventude, sem compromissos ou destinos pré-definidos. O refrão tem relação direta com um dia histórico da banda como amigos. Fomos todos para uma festa e Gabriel teve uma séria discussão com sua namorada. Durante a noite, a cada gole de Bourbon, ele gritava seu nome, quase rezando por ela. Tudo que ele pensava era levá-la para algum lugar que pudessem estar à sós, longe do caos urbano e então resolver esse problema . Aconteceu, ela amou, e os dois riram de tudo.
“Tom Cruise (I want love)”
Nos últimos 15 minutos de ensaio surgem os acordes dessa música, que foi batizada de Tom Cruise e nunca tivemos a coragem de mudar. É uma canção que respira referências de todos os lados, e que se originou do que cada um estava ouvindo na época. Quando os quatro entraram na mesma sala, saiu Tom Cruise. É basicamente jogar tudo pro alto e admitir ?I want love, I said I want it, need it?.
“Rollercoaster”
É uma música sobre rendição. Um pedido, uma devoção a alguém. Todo relacionamento poderia ser visto como uma boa e velha montanha russa de madeira. Sempre começam iguais, a gente se encanta, tem frio na barriga e curiosidade para saber o que acontecerá depois. E independente de como se desenrole essa montanha russa, é quase impossível não terminarmos algo e não ficarmos tristes. Mesmo se o término do namoro for ruim, vamos sentir falta daquela pessoa.
“OK we go”
O pai de Galled é aficionado pela história da Segunda Guerra Mundial. Juntos, pai e filho foram para a Normandia, na França. Na viagem participaram da cerimônia do D-Day, que anualmente celebra o momento histórico da invasão das tropas aliadas no país, que levaram à libertação da Europa ocidental e à queda da Alemanha nazista. Toda a atmosfera local foi impactante e Galled escreveu a letra baseada no último discurso do General Patton, minutos antes dos paraquedistas chegarem ao país.
“Free”
A música fala sobre livrar-se de pensamentos de amor, estereótipos e padrões estéticos. Free traz um riff altamente pesado, com um forte refrão melódico que irá cativar você.
“Aged love”
A música conta a história de um reencontro amoroso e das aventuras e desventuras que vivemos no primeiro período do relacionamento: 18 anos, festas, noites, romance. Clássico do clássico para se falar em uma música.
“So long”
So Long é uma música que quase não saiu do papel, e hoje uma das nossas favoritas. So Long tem um crescimento muito forte, começando com acordes de piano e uma voz suave, e terminando com duas guitarras solando em cima de uma linha de baixo contagiante e uma ascensão vocal incrível.
“Rest in peace”
Raphael trabalhava como engenheiro de petróleo embarcado na Rússia em um local que não fazia sol por mais do que 2 horas por dia. Depois de um tempo ele não aguentou mais e foi pirando. A letra surgiu de um relato dele e reflete esse período fora do Brasil.
