Cotidiano

Bancos e corretoras também fazem ofertas na Black Friday

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SÃO PAULO – Tirando proveito do efeito sedutor que a palavra desconto exerce sobre o consumidor, as instituições financeiras recorreram à Black Friday para ofertar produtos e serviços em um momento de crédito em retração. Bancos e corretoras aproveitam para oferecer juros mais baratos na renegociação de dívidas, isenção de tarifas em cartões e redução na cotação das moedas estrangeiras. Tudo para impulsionar as vendas na esteira da data importada dos Estados Unidos.

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Para essas instituições, a Black Friday é uma forma de conquistar novos clientes. A corretora Ativa Investimentos aproveitou para oferecer descontos e assim aumentar a sua base de investidores. Em três dias, a venda foi equivalente a duas semanas.

? Fizemos um novo pacote de corretagem e está com desconto nessa semana, além de taxas diferenciadas e um valor para investimento (ticket médio) mais baixo para quem investir em renda fixa. Isso ajuda e já vimos um resultado nos números ? afirmou Raul Meyer, diretor da Ativa Investimentos.

Na corretagem para investir em ações o desconto é de 20%. O desconto sobe para 50% se o cliente optar em comprar os papéis da carteira semanal da corretora.

Também é possível encontrar facilidades na compra de moeda estrangeira. A corretora Ourominas promete dar desconto para os clientes que forem comprar dólares ou euros nesta sexta-feira.

? Nossa intenção é buscar novos clientes para a nossa carteira. Ano passado a média diária de vendas cresceu 150% no dia e parte dos compradores voltaram a usar os nossos serviços depois ? explicou Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas.

A sócia da consultoria InBehavior Lab e especialista em economia comportamental, Carol Franceschini, explica que eventos como a Black Friday têm o poder de influenciar a decisão de compra do consumidor por três fatores.

? É uma campanha intensa, então você acaba participando disso pelo contexto social. Há também um fator que é a aversão as perdas. O consumidor sente que se não aproveitar, vai perder aquela oportunidade, mesmo que não precise do bem agora. O terceiro fator é a impulsividade, em que o consumidor não quer esperar para ter o bem ? disse.

Para não cair nessas armadilhas e evitar um endividamento desnecessário, ela recomenda refletir sobre a necessidade de comprar de forma imediata o bem ou serviço.

? Eu já queria esse produto? Estava nos meus planos? Eu preciso mesmo comprar dólar agora se não tenho planos de viajar ? disse.

Os grandes bancos também aproveitam para fazer novos negócios. O Santander, durante toda a semana, fez uma série de estímulos para atrair pessoas físicas e empresas. Entre os incentivos estão 15% de redução na dívida para quem vai renegociar algum crédito em atraso, desconto em taxas de juros para novos financiamentos, taxas de corretagem menores, isenção de tarifas nas operações de câmbio e desconto no aluguel de maquininhas de cartão por três meses.

Ação similar faz também a Caixa Econômica Federal. Na pessoa física, os clientes têm acesso a uma maior pontuação nos programas de fidelidade de cartões de crédito e desconto em anuidades para a emissão de plásticos. Há também desconto de 20% na taxa de juros para renegociações. Para as empresas, a promessa é de juro menor no cheque especial e isenção de cesta de serviços por três meses.

Na Agilittas, empresa de meio de pagamentos, será possível na sexta-feira comprar cartões pré-pagos sem o pagamento da taxa de emissão. Para quem já possui o plástico, não será cobrada tarifa de recarga. No caso da Livelo, gestora de benefícios de cartões emitidos pelo Bradesco e Banco do Brasil, está oferecendo um bônus no acúmulo de pontos e descontos na compra de produtos nos parceiros.

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