Cotidiano

Banco da Inglaterra sinaliza novo corte nos juros

LONDRES – O Banco da Inglaterra (banco central britânico) afirmou que ainda é provável que corte a taxa de juros para um patamar pouco acima de zero ainda este ano, embora o impacto inicial sobre a economia da decisão de deixar a União Europeia seja uma pouco mais brando do que se esperava no mês passado. A autarquia informou nesta quinta-feira que seus nove membros que definem os juros foram unânimes na decisão de manter a taxa na mínima de 0,25%, patamar mais baixo na história de 322 anos do banco central.

O BC afirmou que tomou a decisão porque prevê que o segundo semestre será melhor que o esperado mesmo depois que o Reino Unido resolveu deixar a União Europeia. Após sua reunião de política monetária, o BoE assegurou esperar “uma desaceleração menor do crescimento na segunda metade de 2016” graças a dados melhores que o esperado.

Eles também votaram por nove a zero para manter a meta do programa de compra de títulos do banco em 435 bilhões de libras e para continuar com seu novo plano de compra de até 10 bilhões de libras em títulos corporativos.

Dois membros que definem os juros, que no mês passado foram contrários à expansão do programa de compra de títulos do governo, disseram que ainda não acham que ela seja necessária, mas votaram em linha com seus colegas porque reverter a decisão agora seria muito prejudicial.

No mês passado, o banco central decidiu ajudar a economia britânica a lidar com o choque da decisão de deixar a UE com um pacote de estímulo em uma escala não vista desde o ápice da crise financeira global. Mas desde agosto, uma série de indicadores tem mostrado uma recuperação do impacto inicial da decisão britânica, surpreendendo o Banco da Inglaterra embora a economia esteja a caminho de uma forte desaceleração.

A equipe do banco central estima que a economia vai crescer 0,3% no período de julho a setembro, melhor do que a previsão anterior de apenas 0,1% feita em agosto. No entanto, o crescimento de 0,3% representaria uma redução pela metade na comparação com ritmo do segundo trimestre, e o banco reiterou que poderia muito bem cortar ainda mais a sua taxa referencial de empréstimo em breve.