RIO – O Banco Central do Egito anunciou nesta quinta-feira a decisão de permitir a flutuação da libra, como parte de uma série de reformas para tentar restaurar a confiança econômica. A instituição afirma em um comunicado que esta ?liberalização? do câmbio permitirá criar um ?clima para uma provisão confiável e duradoura em divisas estrangeiras?.
A fragilidade das atuais reservas de divisas estrangeiras tem um impacto sobre a economia, especialmente sobre as exportações.
De acordo com vários bancos que foram consultados pela AFP após o anúncio da medida, o dólar era negociado entre 13,5 e 14 libras egípcias. No mercado negro, a moeda americana disparou a até 18 libras esta semana.
As reservas em dólares do país afundaram nos últimos anos, a US$ 19,6 bilhões em setembro, o que representa 50% a menos que em 2011, antes da revolução que provocou a queda do presidente Hosni Mubarak.
Grande parte da quantia foi utilizada para apoiar a libra egípcia ante o dólar, com desvalorizações ocasionais, único recurso para os importadores, em um país onde até mesmo os produtos básicos, como o trigo, vêm do exterior.
?A nova taxa cambial é parte de um conjunto mais amplo de reformas, que garantirão a estabilidade macroeconômica por meio da consolidação orçamentária?, afirma o BC no comunicado.
O governo egípcio tenta obter um empréstimo de US$ 12 bilhões a três anos do FMI para apoiar sua economia, que enfrenta dificuldades.
A política de austeridade, condição para obter o empréstimo, inclui reformas como a redução dos subsídios públicos ou a adoção de um novo IVA.
