Esportes

Baloubet já se aposentou como reprodutor, mas ainda vende sêmen

2.jpgSe a convocação da seleção brasileira de hipismo abriu uma crise com o principal cavaleiro do país, Rodrigo Pessoa, o cavalo mais conhecido dos brasileiros ? a rigor, o único famoso, mesmo entre leigos ? curte suave aposentadoria em Portugual. Aos 27 anos, Baloubet du Rouet, eternizado na história dos Jogos pelas refugadas em Sydney-2000 e pelo ouro em Atenas-2004, já parou de competir há dez anos e hoje vive em um haras nas imediações de Lisboa como a mais importante propriedade de Dom Diogo Pereira Coutinho, português de sangue nobre de 94 anos. Hipismo na Olimpíada

Desde cedo, Baloubet já era tratado como um assombro genético, absolutamente vocacionado para o esporte. Foi tricampeão mundial de saltos (1998-1999-2000), feito até hoje inédito entre os cavalos. Mas foi depois da aposentadoria que se tornou uma mina de ouro. Entre 2006 e 2010, viveu em um centro de reprodução na Bélgica. Sua genética privilegiada fez seu sêmen ser um dos mais valorizados no mundo. Até hoje, mesmo com Baloubet apenas descansando há seis anos, ainda há material em estoque, e a venda de sêmen prossegue ? a palheta não sai por menos de ? 1 mil.

É incontável, na ordem dos milhões de euros, o dinheiro que Baloubet já rendeu a Dom Diogo. Orbita na casa dos alguns milhares o número de filhos que tem pelo mundo ? alguns destacados atletas de hipismo. Um de seus filhos, Palloubet D?Halong, foi vendido por US$ 15 milhões em 2014, para a equipe olímpica do Qatar.

Em toda sua carreira, Baloubet foi montado por apenas dois cavaleiros: no início, por Nelson Pessoa, antigo amigo de Dom Diogo, e depois pelo filho de Nelson, Rodrigo Pessoa, com quem ganhou os maiores títulos.

Baloubet esteve no centro de dois episódios que estremeceram e esfriaram a relação entre Dom Diogo e os Pessoa. O primeiro foi quando a mulher do português, Nicole, deu declarações atribuindo o refugo de Baloubet em Sydney a uma uma suposta instabilidade emocional de Rodrigo, cujo nervosismo teria passado para o animal. O motivo seria a dificuldade da mãe do cavaleiro de conseguir lugar para a final olímpica. O brasileiro sempre rebateu esta hipótese. Em 2012, antes de competir em Londres, disse: ?Ela (Nicole) pode ficar tranquila, porque quatro anos depois (em Atenas-2004) eu consertei?.

Outro desgaste veio em 2006, quando Dom Diogo decidiu aposentar Baloubet, na intenção de que ele parasse no auge, campeão olímpico e considerado o melhor do mundo. Rodrigo queria continuar a montá-lo, e nem os apelos do pai, Nelson, sensibilizaram o proprietário.