Cotidiano

Balança inativa encoraja o tráfego com excesso de carga

No Oeste, o posto de pesagem implantado pelo DER na BR-163, anexo ao posto da PRF em Lindoeste, está há mais de seis anos desativado

Lindoeste – Um dos problemas agravados pela crise econômica do País, situação que atrasou investimentos importantes, é a recuperação das rodovias federais. O que se vê com frequência são serviços pontuais em trechos mais críticos, mas que não solucionam de maneira permanente o caos do modal rodoviário.

Cerca de 70% de tudo que é produzido no Brasil são transportados por caminhões. Esse tipo de transporte, que deve prevalecer ainda por muito tempo pela falta de investimentos no setor ferroviário, é considerado um dos vilões da precariedade das rodovias. Abusando do limite permitido para cargas, o excesso de peso está longe de ser controlado. Isso porque as estruturas construídas para fazer essa fiscalização estão inativas há anos.

No Oeste, o posto de pesagem implantado pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem) na BR-163, anexo ao posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal), em Lindoeste, está há mais de seis anos desativado. Nesse período, já não se sabe quantos veículos de carga pesada passaram por esse trecho levando mercadorias acima do peso ideal, o que afeta a qualidade da pista.

Segundo o DER, após a federalização da 163, em 2010, toda a estrutura passou a pertencer ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), o que desautorizou o Estado a realizar qualquer tipo de serviço ou melhoria no local, medida que não permite também a reativação da balança.

Apesar da mudança, os velhos problemas continuaram na nova gestão. Em uma das rodovias mais movimentadas do Paraná, onde foram registrados 50 acidentes de trânsito somente de janeiro a abril deste ano, com 48 feridos e uma morte, a fiscalização referente ao peso levado nos caminhões pela BR-163 está longe de ser iniciada. O Dnit afirma que é de sua competência a fiscalização do excesso de peso a partir de 2010. “Entretanto, o sistema do Departamento já era outro e as cargas que passavam nesses trechos eram fiscalizadas em outros estados, de acordo com o planejamento de origem e destinação de cargas definido pelo Plano Nacional de Pesagem, implantado a partir de 2007, e não pelos postos de pesagem anteriormente mantidos pelo DER”, explica.

De acordo com o órgão federal, há processo licitatório com a CGPERT (Coordenação Geral de Operações Rodoviárias) para a implantação de duas balanças. Uma delas deve ser implantada na região, junto ao posto da PRF de Quatro Pontes, na BR-163. A outra será instalada na BR-476, entre Lapa e União da Vitória.  O valor do projeto não foi informado.

Em movimento

A estrutura construída na BR-163, em Lindoeste, não se encaixa nos novos padrões de balanças do Dnit, já que a previsão é implantar um sistema denominado PIAF (Postos Integrados Automatizados de Fiscalização), que realiza a pesagem de cargas em movimento, sem a necessidade de os veículos pararem sobre as balanças. Serão 35 no total, espalhados pelas rodovias federais de todo o País, que devem entrar em funcionamento no início de 2017.

A licitação realizada foi integrada, ou seja, as empresas vencedoras farão os projetos básico e executivo, construirão a parte física e farão as adequações necessárias, se responsabilizando pela manutenção do sistema. Atualmente, elas fazem os projetos básicos.

Sobre a estrutura já implantada na região, o Dnit esclarece que “não há previsão para reativação de postos de pesagem veicular no modelo antigo de fiscalização”.

Duplicação ainda está no início

As obras de duplicação da BR-163 ocorrem simultaneamente em dois trechos. Um deles é entre Toledo e Marechal Cândido Rondon, que segundo o Dnit, adiantou-se a construção de duas passarelas de pedestres previstas no projeto nos KMs 235 e 236, na área urbana de Toledo, diante de solicitação da comunidade e líderes regionais. Os serviços seguem por 40,2 quilômetros, com orçamento estimado em R$ 306,5 milhões. 

O maior trajeto a ser duplicado, no entanto, é entre Cascavel e o distrito de Marmelândia, totalizando 73,4 quilômetros, cerca de R$ 579 milhões investidos pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). As intervenções mais pesadas ainda estão por vir, conforme o Dnit, e no momento seguem trabalhos preparativos de remoção da camada vegetal e terraplenagem. Nos dois casos, a entrega da rodovia duplicada está marcada para 2018.