Cotidiano

Azul sem data para começar a operar em Toledo

Toledo – A comitiva coordenada por um corpo técnico da Azul Linhas Aéreas que foi a Toledo ontem para avaliar as obras e a estrutura no Aeroporto Municipal Luis Dalcanale Filho chegou à prefeitura por volta do meio-dia, duas horas depois do horário programado. A justificativa pelo atraso estava na vistoria que o grupo fez no aeródromo, o qual classificou como uma pista “fantástica” e com a estrutura que precisa apenas de alguns ajustes típicos de aeroportos que não recebem voos comerciais regulares.

O grupo foi liderado pelo assessor institucional da presidência da Azul, Ronaldo Veras, que acompanha o processo para a operação diária da companhia com um voo de Toledo para Curitiba seis dias por semana, desde o início do processo. Ele reconheceu que no “início foi um pouco complicado, tendo em vista a distância [de Toledo] a Cascavel”, onde a companhia já opera, mas que depois da análise de mercado, da estrutura do aeroporto local, aliada ao acordo com o governo do Estado com incentivos em redução de ICMS e o Plano Aeroviário Regional, deu-se condições para decidir operar ali.

Segundo o assessor, esse voo é um caminho sem volta. Contudo, também sem data para ter início. Essa linha é esperada desde o início do ano e a previsão vem sendo protelada desde março, quando a previsão passou para o meio de ano, depois falou-se em setembro e, agora, a torcida é para que os primeiros pousos e decolagens ocorreram ainda em 2018.

A alegação agora é que, apesar de tudo o que já foi feito dentro e fora do aeroporto, ainda existe um caminho longo a ser percorrido na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Trata-se do processo de certificação do aeroporto. Esse pedido nem mesmo foi encaminhado, o que deve ocorrer agora, e Anac tem de 120 a 150 dias para analisar o processo e definir pela liberação ou pedir adequação/alteração. Após essa etapa vencida, a companhia acredita que sejam necessários mais uns 60 dias para a contratação e treinamento de funcionários. “Existem casos em que a Anac avalia com menos tempo, mas o prazo previsto é este [até 150 dias]. Acreditamos que o início da operação possa ocorrer ainda neste ano, mas não queremos prever datas para não criar expectativas”, reforçou Veras.

Se respeitados os períodos previstos, o início dos voos pode levar de seis a sete meses, ou seja, a primeira aeronave só levanta voo no início de 2019. “Não é possível dar entrada na Anac desse pedido com alguma pendência. Não dá para atropelar etapas ou acelerar o processo”, completou, ao afirmar que o voo diário partindo de Toledo não deverá mudar a dinâmica dos voos da Azul em Cascavel. “Não será tirado nenhum voo diário de Cascavel. O que fazemos ali é a redução de voos no período de inverno [por questões climáticas], mas criando esse voo em Toledo o aeroporto também poderá servir de alternativa quando o de Cascavel fechar. Em vez de ir para Foz do Iguaçu, ele vem para Toledo”, disse.

Para o prefeito de Toledo, Lúcio de Marchi, essa conquista é um grande avanço para o Município e toda a região, alcançada com a união e o trabalho de muitas mãos. “Isso é graças aos prefeitos do extremo oeste, do incentivo fiscal e do empenho do Estado, do Plano Aeroviário, da associação comercial, dos empresários locais. O aeroporto é um diferencial e toda a sociedade ganha, trazendo mais desenvolvimento, mais emprego e mais renda”, afirmou.

O prefeito ressalta ainda que, com mais mobilidade e agilidade no transporte, é possível estimular ainda mais o desenvolvimento regional. Entre os exemplos citados pelo prefeito estão a sétima posição no ranking nacional e segunda do Paraná do índice Firjan de Desenvolvimento dos Municípios, com ano base em 2016, e o primeiro lugar, pela sexta vez consecutiva, no VBP (Valor Bruto da Produção) Agropecuária, ambos divulgados nesta semana.