Cotidiano

Aumenta o otimismo dos empresários da região oeste

Na contramão do Estado, pesquisa da Fecomércio mostra que 72,4% dos comerciantes têm boas expectativas para semestre

Cascavel – O otimismo dos empresários do comércio, serviços e turismo da região oeste do Paraná voltou a subir neste segundo semestre. De acordo com pesquisa da Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná), 72,4% do empresariado declara ter boas expectativas para o período. No primeiro semestre, 65,4% dos empreendedores dos municípios de Cascavel, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Foz do Iguaçu acreditavam que teriam melhora no faturamento.

O percentual de opiniões desfavoráveis para o semestre é de apenas 3,4% na região, enquanto os empresários que ainda não sabem o que esperar do restante do ano somam 20,7%. Os indiferentes representam 3,4%.

O resultado supera a média estadual, em que 51,8% dos empresários se mostram otimistas com relação aos próximos meses. Esta é a primeira queda após quatro altas consecutivas, registradas a partir do segundo semestre de 2016.

Das seis regiões pesquisadas, a oeste possui o maior índice de otimismo. Isso porque a região tem apresentado o maior volume de vendas do Estado e até maio acumula alta de 19,78% segundo a Pesquisa Conjuntural da Fecomércio PR.

A segunda região mais confiante é Maringá, com 62%, seguida por sudoeste (55,6%), Londrina (51,4%), Curitiba (48,7%) e Ponta Grossa (44%).

No Paraná, instabilidade preocupa

A redução no otimismo na média geral do Estado se deve em grande parte às instabilidades da economia e política, que afetam diretamente a sensação de segurança dos gestores de empresas. O clima pré-eleições, a oscilação cambial e a paralisação dos caminhoneiros, que ocasionou o aumento no preço do frete e alta nos preços de diversas mercadorias, desmotivaram a classe empresarial.

A pesquisa da Fecomércio PR mostra ainda que o empresariado está cauteloso com relação à retomada da economia brasileira. A recuperação é plausível para 45,9% dos entrevistados, mas não antes de dois ou três anos de decisões assertivas na esfera política.

Para 26,6%, a situação do País só deve melhorar a longo prazo (acima de cinco anos). Os mais esperançosos, que acreditam em uma reviravolta positiva em menos de um ano somam 12,7%. Outra parcela (9,8%) acredita na retomada em médio prazo (três anos).

Dos três ramos representados pela Fecomércio PR, os empresários do turismo são os mais confiantes, com 53,3%. Já entre os empresários do comércio, 50,7% possuem expectativa de ampliar o faturamento neste semestre e entre os prestadores de serviços, 48,8% estão otimistas.

Empregos

A tendência com relação ao quadro funcional é a manutenção do número de colaboradores para 68,6% dos empresários ouvidos. Na edição anterior da pesquisa, esse percentual correspondia a 67,7% dos entrevistados. No entanto, a parcela de empresas que devem reduzir o número de funcionários subiu, passando de 10,9% para 16,6% neste semestre. As empresas que planejam aumentar o quadro de colaboradores somam 12,7%. Na pesquisa anterior eram 15,2%.

Investimentos

A maioria dos empresários (58,1%) afirma que não fará novos investimentos, percentual semelhante ao registrado no primeiro semestre (58,4%). O número de empresas que pretendem investir nos negócios caiu de 30,5% nos primeiros meses do ano para 26,9% neste semestre. Dentre os que pretendem investir, os pontos mais citados foram reforma e modernização, capacitação da equipe e publicidade.

Os empresários também listaram as principais dificuldades para a atividade empresarial, sendo que a mais citada foi a instabilidade econômica, seguida pela carga tributária elevada, clientes descapitalizados e aumento no custo das mercadorias. Os empecilhos mencionados foram praticamente os mesmos relatados no semestre anterior.