Cotidiano

Aulas retornam e reforço policial é mantido

Em menos de uma semana, duas cidades do Oeste precisaram reforçar a vigilância nas instituições de ensino da rede estadual na luta contra o crime

São Miguel – A carência do setor de segurança pública dá mais um sinal de que o Brasil está longe de um modelo ideal de gestão. Nem mesmo as escolas estão livres das ameaças de bandidos. Em menos de uma semana, duas cidades do Oeste precisaram reforçar a vigilância nas instituições de ensino da rede estadual na luta contra o crime.   

Um dos casos ocorreu em São Miguel do Iguaçu, depois do vazamento de áudios através de um aplicativo de celular. As gravações modificaram a rotina dos moradores, que amedrontados, obedeceram um suposto toque de recolher de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Em uma das gravações, os criminosos afirmavam que caso houvesse carros nas ruas, eles iriam “meter fogo”. Em outra, o recado era de que escolas deveriam permanecer fechadas. Nos colégios estaduais Castelo Branco, Nestor Victor dos Santos e Parigot de Souza não teve aula na terça-feira (5). As escolas do interior e da rede municipal funcionaram normalmente.  

Conforme o delegado de São Miguel do Iguaçu, Francisco Sampaio, as gravações não passaram de trotes. “Foi uma brincadeira de muito mau gosto. Surgiram boatos, mas ficou comprovado que tudo não passou de trote”, diz o delegado. Ele pede que a população volte às atividades e mantenha-se tranquila. As aulas em São Miguel do Iguaçu retornaram ainda na tarde de ontem, depois de a Polícia Militar realizar incursões nos pontos mais críticos. Segundo Sampaio, a Patrulha Escolar, com o apoio da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas) e do GDE (Grupo de Diligências Especiais) de Foz do Iguaçu e Medianeira mantiveram-se vigilantes. “O reforço [policial] será mantido como ação preventiva”, explica.  

Na fronteira

Desde segunda-feira, as aulas de todos os turnos do Colégio Ipê Roxo, no bairro Cidade Nova, em Foz do Iguaçu, estão suspensas. A medida foi tomada após um princípio de incêndio em lixeiras causado de maneira criminosa sexta-feira. No sábado tiros foram ouvidos no entorno da escola.

Em cartaz exposto no portão do colégio, a direção informa: “sofremos recentemente ameaças não especificadas, seguida de atentados à escola. […] Neste sentido, até que sejam apurados os fatos, optamos pelo fechamento da escola como medida de segurança e prevenção”. As primeiras dispensas dos estudantes ocorreram na noite de sexta-feira (1), e muitos que foram até o colégio retornaram às suas casas. Não houve nenhum aviso prévio da direção aos pais dos alunos quanto à suspensão das aulas, que se depararam com os portões fechados e cartazes e faixas pedindo paz e mais segurança.  

Conforme a chefe do Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu, Ivone Muller, uma pedagoga irá assessorar a direção do colégio Ipê Roxo nos próximos dias a fim de evitar mais transtornos. “Nossas escolas são muito tranquilas, normalmente não temos problemas. Esse foi um ato localizado, e que segue com reforço policial para que não haja nenhum risco a servidores e alunos”, diz.