Cotidiano

Aula sobre sentimentos fortalece o desenvolvimento das crianças

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RIO ? A falta de um trabalho voltado diretamente para as
relações interpessoais e para o trato dos sentimentos na sua própria formação
quando criança motivou a artista plástica Lívia Moura a desenvolver um projeto
de alfabetização emocional voltado para os pequenos. A iniciativa veio do sul da
Itália, onde Lívia começou a fazer a oficina, direto para a escola americana Our
Lady of Mercy School (OLM) e será apresentada como um dos estudos de caso no dia
23, no Educação 360.

Educação 360

Durante uma hora, uma vez por semana, as cadeiras da sala de aula são
afastadas e as crianças se sentam no chão para dar início à atividade.

? A ideia é que eu possa transmitir conhecimentos da
mente e das emoções para as crianças para que elas possam se tornar adultos mais
plenos. As crianças são mais libertas com os sentimentos delas. Vai ser muito
mais fácil continuar trabalhando esses assuntos na vida adulta do que começar a
meditar e fazer análise aos 30 anos ? acredita.

Cada aula tem uma dinâmica diferente, mas costuma
envolver contação de histórias, atividades com música e meditação. Depois, vem o
ponto alto do encontro, que envolve dança ou teatro para liberar as emoções das
crianças. Para encerrar, Lívia conversa com os alunos sobre o que eles sentiram
na aula e oferece uma atividade relacionada às emoções do encontro para eles
pensarem durante a semana. O projeto foi realizado com estudantes do 3° ano do
ensino fundamental.

A psicóloga da OLM, Dulce Silveira, vinha ensinando
relaxamento e meditação para as crianças que, segundo ela, casa perfeitamente
com a iniciativa de Lívia.

? Nós somos mais do que uma escola tradicional, queremos
dar estímulos para a criança levar para a vida toda ? explica.

CORAGEM NO PAPEL

Além do encontro semanal, as salas de aula ganharam um cantinho onde as
crianças podem escrever o que sentem. Os alunos são encorajados a escrever sobre
seus sentimentos e lê-los em casa, com os pais.

Suzana Weber é professora da OLM e mãe da Rebeca, de 9
anos, que participou do projeto no semestre passado. Ela acredita que a
alfabetização emocional é tão importante quanto o aprendizado de português e
matemática.

? Faz parte do crescimento do ser humano. Minha filha fica muito mais à
vontade para perceber que está tudo bem ficar chateada, triste ? conta.

Diana Leite, professora de outra turma que participou do projeto, viu melhora
no desempenho dos alunos.

? São mudanças pequenas que fazem a diferença. Se não
estamos bem com nossos sentimentos, o resto não acontece, principalmente no
aprendizado.