Foz do Iguaçu – O não cumprimento de um acordo estabelecido ainda no mês de março entre os auditores da Receita Federal do Brasil com o governo federal desencadeou desde 1º de novembro uma série de protestos em várias partes do Brasil. Nesta quarta-feira, a partir das 10h, auditores fiscais de todo o Brasil farão um ato simbólico em frente à Ponte da Amizade, pedindo o cumprimento das garantias dadas pelo governo no começo do ano.
Em Foz do Iguaçu, os reflexos são sentidos na Eadi (Estação Aduaneira do Interior) e na aduana da Ponte da Amizade.
De acordo com o auditor da Sindifisco em Foz do Iguaçu Alfonso Burg, no Porto Seco houve uma significativa redução do número de mercadorias liberadas para importação e exportação pela Receita Federal. “De 12 horas que demora o trâmite de liberação de um caminhão, por exemplo, agora chega a levar até quatro dias”, comentou.
Os protestos ocorrem durante três dias da semana: terça, quarta e quinta-feira. “Não há solução, nenhum encaminhamento e as coisas só vão se arrastando”, lamenta.
Na Eadi, são liberadas apenas as cargas emergenciais e de periculosidade, como cargas vivas, alimentos, explosivas e de combustível.
Ontem a fila para espera pelas liberações de carga do lado de fora do Porto Seco era de ao menos 300 caminhões. Com o pátio lotado por conta dos procedimentos no Canal Verde, os demais motoristas precisam aguardar do lado de fora, aumentando o transtorno. “Todo o efetivo foi mantido, mas em um ritmo bem mais lento de trabalho”, comentou Burg.
A Estação Aduaneira do Interior de Foz do Iguaçu conta com 11 auditores fiscais prestando serviço. Já na Ponte da Amizade, são três funcionários e, desde o início do ano, o trabalho é desenvolvido por apenas um.
A pendência
Todo imbróglio é causado pela regulamentação do chamado bônus variável, acertado ainda em maio. “Ficou decidido na época que uma parcela da remuneração seria paga com base nas metas atingidas, só que o governo não define quais são as metas e, por consequência, não paga esse acordo para o servidor”.
Conforme a Receita Federal, o acordo deveria entrar em vigor em junho. Diante disso, a greve é dos auditores fiscais vai ocorrer por tempo indeterminado.
