Economia

Audiência pública reúne governo e setor produtivo

O presidente da Faciap, Marco Tadeu Barbosa, que propôs a realização da audiência, disse que, conhecendo bem cada setor de cada região do Paraná, o momento é de adaptação e de reflexão

Curitiba – A Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda da Assembleia Legislativa do Paraná realizou ontem (22) audiência pública on-line para debater soluções para o futuro da indústria e do comércio diante da pandemia do novo coronavírus. O encontro contou com a participação do vice-governador, Darci Piana, do secretário-chefe da Casa Civil, Guto Silva, e do secretário da Fazenda, Renê Garcia Júnior, bem como representantes das entidades que compõem o G7, grupo que representa o setor produtivo.

O presidente da Faciap, Marco Tadeu Barbosa, que propôs a realização da audiência, disse que, conhecendo bem cada setor de cada região do Paraná, o momento é de adaptação e de reflexão. “Setor produtivo e poder público precisam trabalhar em sinergia. Sozinhos não conseguiremos avançar”.

Acesso ao crédito

Heraldo Alves Neves, presidente da Agência de Fomento do Paraná, e Wilson Bley, do BRDE, detalharam a oferta de linhas de crédito disponibilizadas de quase R$ 700 milhões e os próximos passos na retomada do crédito. Os créditos a juros mais baixos ou até zerados são “uma carta na manga” das instituições, informaram.

Foi anunciada a negociação para captar recursos em instituições nacionais e internacionais para ofertar crédito e gerar capital de giro a empresas. “Temos mais de 25 mil operações liberadas”, frisou Neves.

Bley explicou que há um crédito contratado de quase R$ 1 bilhão no Paraná. “Estamos em conversas com o BNDES e bancos internacionais para aquisição de recursos para irrigar a área da agricultura, indústria, comércio e serviços.”

Economia

De acordo com o IBGE, 45% das empresas foram impactadas negativamente durante a pandemia, 28% parcialmente. A queda do PIB é de 5%. Os setores mais afetados pela pandemia foram o do entretenimento, de calçados e vestuário. A produção industrial teve queda de 9,1%.

Para o professor Marcus Vinicius Freitas, da China Foreign Affairs University, a crise, de alguma forma, deveria ser o momento certo para se plantar as oportunidades. Lembrou que a economia global se revelou mais fraca do que se esperava com o agravamento da pandemia e o resultado foi a recessão. Ele concorda que é quase impossível reduzir o contato sem reduzir a produção, mas avalia que o Brasil tem regulamentação excessiva e precisa tornar melhor o ambiente de negócios. “Estimular o trabalho. Dar condições para que as pessoas possam produzir de casa. Aí vamos notar a retomada, buscar competitividade agregando valor ao nosso produto.”

Também participaram da audiência cerca de 80 pessoas da sociedade e ligadas a entidades, entre elas, o presidente da Fetranspar, Sergio Malucelli, o presidente da Faciap, Ágide Meneguette, o presidente da Fecoopar, José Roberto Ricken, e o gerente de Assuntos Estratégicos da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), João Arthur Mohr.