Cotidiano

Atual prefeito é alvo de ataques no primeiro e único debate em Recife

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RECIFE ? No primeiro e único debate entre os candidatos à prefeitura de Recife, realizado na noite desta quinta-feira pela TV Globo, a temperatura subiu e o prefeito Geraldo Julio (PSB), que tenta a reeleição, foi alvo de ataques dos outros três concorrentes: João Paulo (PT), Daniel Coelho (PSDB) e Priscila Krause (DEM). Logo no primeiro bloco, Geraldo Julio (PSB) quis colar em seu principal adversário, João Paulo, um dos lemas de sua campanha: de que em 12 anos em que o PT ficou no comando da prefeitura, não conseguiu realizar o que ele, em três anos e meio, concluiu. Geraldo Júlio tem, segundo a pesquisa Ibope divulgada ontem, 40% das intenções de voto, contra 26% de João Paulo. Coelho pontua 17% da intenções e Priscila, 3%, segundo o último Ibope.

Debates paísO prefeito perguntou por que em 12 anos o PT não deu conta de terminar a Via Mangue, uma das maiores obras viárias da cidade. O petista devolveu a provocação dizendo que o socialista fez parte do governo petista _ ele foi assessor do Secretário de Serviços Públicos da prefeitura, sob a gestão de João Paulo _ e agora não quer assumir. E que ele tenta se apropriar de uma obra que já estava em andamento, quando assumiu.

? Durante 12 anos vocês não conseguiram fazer a Via mangue. Nós conseguimos. Por que nós conseguirmos destravar o que ficou travado por tanto tempo? ? questionou Geraldo Julio.

? Geraldo está vendendo muitas ilusões e muitas fantasias na televisão. Nossa cidade está abandonada. Ele se esquece que participou do meu governo. Assuma! Você pegou um pedaço de obra e diz que a obra foi sua ? contra-atacou João Paulo.

Depois, foi a vez do tucano Daniel Coelho atacar Geraldo Julio. Ele o acusou de ter gasto R$ 26 milhões numa obra em seu gabinete, além de R$ 100 milhões em cargos comissionados e outros R$ 32 milhões com publicidade. Na réplica, o prefeito disse que tudo isso era mentira e virou a metralhadora contra o concorrente, o acusando de “não fazer quase nada” como deputado federal em Brasília.

? A inexperiência faz a pessoa cometer essa inverdade. Isso é uma mentira. Meu gabinete custa metade do que custa ele como deputado federal, e é para não fazer quase nada ? acusou Geraldo Julio.

Em outro momento, Daniel sacou um papel, dizendo que era uma decisão judicial negando direito de resposta ao prefeito por conta dessas acusações, feitas durante propaganda eleitoral do tucano.

Finalmente, Priscila Krause também criticou a gestão do atual prefeito, embora quem perguntava a ela era o concorrente do PT:

? Os estupros aumentaram na nossa cidade. Infelizmente nós não vimos o prefeito assumir essa responsabilidade.

DEPOIS, PREFEITO FICA ISOLADO

Nos dois blocos seguintes, a estratégia dos oponentes do prefeito, que tem chances de ganhar a eleição ainda no primeiro turno, mudou e ele foi isolado. Ninguém fez perguntas a ele. A polêmica sobre o aplicativo de transporte individual Uber, no entanto, colocou Geraldo Julio e Daniel Coelho em campos opostos. Enquanto o prefeito reafirmava que não regulariza a atividade porque há uma lei federal que o impede, Coelho disse que, se eleito, colocará os motoristas de Uber na legalidade.

? É difícil de acreditar que um deputado federal queira regulamentar uma coisa que há uma lei federal que proíbe ? acusou o prefeito.

No último bloco, Geraldo Julio voltou a ser pressionado pelos concorrentes.

? Quem ouve esse debate pensa que nada do que nós fizemos presta ? reclamou o prefeito, antes de enumerar suas ações.

? Vou postar no Facebook para desmascarar o candidato ? ameaçou Daniel Coelho.

? Ele pensa que o Facebook dele é o dono da verdade ? replicou Geraldo Julio.

?Governar são escolhas. O prefeito escolheu gastar R$ 100 milhões em funções comissionadas. Resolveu gastar muito dinheiro com aquilo que o povo do Recife precisa ? criticou Priscila.

Além dos quatro candidatos que participaram do debate, concorrem à prefeitura de Recife os postulantes Edilson Silva (Psol), Carlos Augusto (PV), ambos com 1% das intenções de voto e Pantaleão (PCO), que não pontuou.