Política

Atraso sobrecarrega UPAs

Sem os devidos pagamentos do governo do Estado, as obras do Pronto-Socorro do Hospital Universitário seguem em ritmo lento, devido a redução de trabalhadores no canteiro. A decisão da Construtora Brock foi anunciada à Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), que por enquanto, não agiu para reverter o impasse. Por direito, a empresa poderia paralisar totalmente o trabalho, mas vai manter o serviço em andamento, com menos equipes que o ideal, até que as medições sejam pagas.

A obra prevista para ser concluída em maio agora levará mais tempo. Preocupação a Secretaria Municipal de Saúde, que enfrenta UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) lotadas, em função da redução da capacidade de atendimento no Pronto-Socorro do HU. “A reforma do pronto-socorro reduz a capacidade de atendimento. Tivemos um represamento de pacientes nas UPAs”, diz Rubens Griep, secretário de Saúde.

Embora abertos dez novos leitos – dos 30 que estavam parados por falta de servidores – o HU ainda não atua na capacidade ideal, sobrando ao Município suprir a demanda aos casos mais graves.

Em atraso

No caso da obra do pronto-socorro, são R$ 3,47 milhões destinados a construção. Deste total falta o governo repassar R$ 800 mil – o atraso desde novembro é de R$ 421 mil. Um plano de contingência teve que ser implantado para não interromper os atendimentos enquanto os serviços estivessem em andamento.

A empreiteira executou 75,85% do previsto em projeto, mas teve que reduzir as equipes devido a falta de verbas. “Nossa preocupação também está relacionada as questões sanitárias, pois enquanto Vigilância Sanitária, também temos restrições em relação a licença e acesso de pacientes que acabam ficando nas Unidades”, diz Griep.

 

Se não receber, obras param

A obra da ala de queimados do Hospital Universitário também está na mesma situação. Nesta segunda etapa a empreiteira está responsável pela finalização dos acabamentos, como forros, iluminação, grupo gerador de energia e aparelhos de ar-condicionado. O valor do contrato é de R$ 6 milhões e a obra estava prevista para terminar em maio. Sem receber há quase três meses, o empresário Nestor Dalmina admite dificuldades para manter a obra em andamento. “Já reduzimos as frentes de trabalho. Quando vamos atrás, ouvimos do Estado que não há previsão de pagamento. Pagaram apenas uma parcela. Enxuguei as contas, pisamos no freio”, diz o empresário que mantém outra obra do Estado: a conclusão da ala materno infantil, uma obra de 1,8 mil metros quadrados (a estrutura final terá cinco mil metros quadrados – capacidade para 63 leitos adultos, 86 berços, sendo 29 UCI, 18 de UTI e mais 35 para enfermaria). “Se não tivermos os pagamentos, vamos parar. Vamos respeitar o prazo legal de licitação. Quando não há pagamentos em três meses podemos interromper os serviços”, diz Dalmina.