Cotidiano

Atos de Eike não indicam ?intenção de colaborar com a Justiça?, afirma juiz

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RIO ? O juiz Marcelo Bretas, reponsável pelos desdobramentos da Operação Lava-Jato no Rio, afirmou em decisão publicada nesta quinta-feira que os atos do empresário Eike Batista não ?indicam sua intenção de colaborar com a Justiça?. O magistrado, titular da 7ª Vara Federal Criminal, negou mais um pedido de substituição da prisão preventiva por domiciliar.

O magistrado cita a viagem de Eike a Nova York, dois dias antes de o mandado de prisão ser cumprido, como um dos exemplos da falta de disposição de contribuir com as investigações. A American Airlines informou à Justiça que a passagem para os Estados Unidos foi comprada no mesmo dia em que a viagem aconteceu. O Ministério Público Federal (MPF) interpretou a coincidência de datas como um indício de tentativa de fuga, e a Polícia Federal (PF) já investiga a hipótese de vazamento de informações ? o mandado de prisão foi expedido no dia 13 de janeiro, e os agentes foram para a rua tentar cumprí-lo no dia 26.

?Aliás, a forma como foi efetivado o decreto de prisão de Eike Batista, sua viagem para o exterior em momento anterior à deflagração da Operação Eficiência e o possível vazamento de informações parecem indicar que o comportamento deste investigado não é, de fato, colaborativo?, escreveu Bretas.

O empresário ficou em silêncio nas duas vezes que foi intimado a depor à PF. Eike está preso desde o início da semana passada na Cadeia Pública Bandeira Stampa, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste. Na decisão, Bretas afirma que a prisão do empresário está ?escorada em diversos elementos de prova e fortes indícios de autoria?. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter pago US$ 16,5 milhões em propina ao ex-governador Sérgio Cabral.