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Atlético Nacional é o terceiro campeão de Libertadores fora da decisão do Mundial

Após a surpreendente vitória do Kashima Antlers sobre o Atlético Nacional por 3 a 0, na semifinal do Mundial de Clubes, a tendência de o torneio da Fifa ser decidido entre os campeões da Libertadores e da Liga dos Campeões tem se mostrado cada vez mais frágil. Pela terceira nas últimas sete edições, o campeão sul-americano falhou em chegar à decisão, após as derrotas para o Internacional para o Mazembe, em 2010, e do Atlético-MG para o Raja Casablanca, em 2013.

Desde a adoção do atual formato, em 2005, somente equipes europeias e sul-americanas foram campeãs do torneio, e em nove edições o título foi decidido entre os vencedores da Liga dos Campeões da Erupa e da Copa Libertadores. Porém, mesmo nos primeiros anos, o torneio da Fifa já mostrava que times da África e da Ásia eram capazes de impor grandes dificuldades aos clubes da América do Sul. A derrota do Nacional no Mundial de Clubes

INTER CAI DIANTE DO MAZEMBE

Em 2010, o Internacional chegava como franco favorito contra o Mazembe, do Congo, vencedor da Liga dos Campeões peçla quinta vez naquele ano. Em campo, porém, o Colorado, em um dia pouco inspirado, foi dominado pelos congoleses no segundo tempo. Aos oito minutos da segunda etapa, Kabangu abriu o placar para o Mazembe. Aos 40, Kaluyiituki fez 2 a 0, sacramentando a primeira grande zebra do Mundial de Clubes.

RAJA CASABLANCA SURPREENDE O GALO

Três anos depois, mais um time brasileiro acabou sendo surpreendido por uma equipe africana. O Atlético-MG, liderado por Ronaldinho Gaúcho à época, projetava um duelo com o Bayern de Munique na grande decisão, mas acabou caindo na estreia para o Raja Casablanca, do Marrocos, que entrou no mundial como campeão nacional do país-sede da competição e bateu o Galo por 3 a 1

Os marroquinos abriram o placar com Iajour aos seis minutos do segundo tempo. Aos 18, Ronaldinho Gaúcho empatou em cobrança de falta. Porém, o que parecia o começo da virada do Galo acabou se transformando numa traumática eliminação. Aos 39 minutos, Moutouali fez 2 a 1 para o Raja, que ampliou o placar no apagar das luzes com Mabidé, aos 49 minutos.

KASHIMA BATE O ATLÉTICO NACIONAL

Este ano, pela primeira vez, o campeão sul-americano que ficou de fora da final mundial não foi uma equipe brasileira. Embalado por uma temporada praticamente perfeita, o Atlético Nacional perdeu de 3 a 0 para o Kashima Antlers, do Japão, que, a exemplo do Raja Csablanca, garantiu vaga no mundial por ser o campeão do país-sede do torneio.

Os japoneses abriram o placar com Doi, de pênalti, em um lance que só foi marcado após o árbitro assistente de vídeo informar o húngaro Viktor Kassai sobre um toque de Mosquera em Daigo, que estava em posição de impedimento quando foi derrubado pelo colombiano. O Atlético cresceu na parida e pressionou o Kashima, mas não aproveitou as oportunidades e foi castigado no fim, com gols de Endo e Suzuki, aos 38 e 40 minutos da segunda etapa.

MESMO NAS VITÓRIAS, JOGOS DIFÍCEIS

Apesar das nove particpações em finais do Mundial da Fifa, os clubes sul-americanos sempre tiveram dificudades contra equipes da África, Ásia e até mesmo da Oceania. Em 2005, quando conquistou seu terceiro título mundial, o São Paulo suou para vencer o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, na semifinal: 3 a 2. No ano seguinte, na campanha de seu primeiro título mundial, o Internacional também teve um jogo duro na vitória de 2 a 1 sobre o Al-Ahly, do Egito.

Em 2007, o Boca Juniors bateu o Étoile du Sahel, da Tunísia, por apenas 1 a 0. No mesmo ano, o Milan, com Kaká, Seedorf, Pirlo e cia., também venceu o Urawa Red Diamonds pelo placar mínimo. Dois anos depois, o Estudiantes venceu o Pohang Steelers, da Coreia do Sul, por 2 a 1. No título mundial de 2012, o Corinthians também teve um jogo duro na vitória de 1 a 0 sobre o Al Ahly, que conquistara, naquele ano, sua sétima Liga dos Campeões da Áfirca.

Já em 2014, o San Lorenzo, da Argentina, precisou da prorrogação para vencer o Auckland City, da Nova Zelândia, primeiro campeão da Oceania a chegar à semifinal do Mundial de Clubes. Um ano depois, o River Plate também encontrou muitas dificuldades para bater por 1 a 0 o Sanfrecce Hiroshima, do Japão, que, a exemplo do compatriota Kashima Antlers, entrou no torneio como campeão do país-sede.