Cotidiano

Ativistas abrem processo de ética contra Trump por pagamentos em empresas fora do país

2015 863911559-2015 863779383-201511041808236655.jpg_20151104.jpg_20151105.jpgWASHINGTON ? A organização não-governamental Cidadãos para a Responsabilidade e Ética em Washington (Crew), composta por advogados e investigadores jurídicos, irá abrir um processo judicial contra Donald Trump, sob o argumento de que o novo presidente americano vem violando a Constituição ao aceitar pagamentos de governos estrangeiros ? uma cláusula proíbe que o chefe de Estado aceite dinheiro de governos de outros países. Trump_empresas

Trump vem recebendo dinheiro via clientes que ficam nos seus hotéis ou que arrendam edifícios da Organização Trump. O processo será aberto num tribunal federal de Manhattan, nesta segunda-feira. De acordo com o “New York Times”, Eric Trump, um dos filhos do presidente ? atualmente vice-presidente executivo da organização ? afirma que o caso corresponde a ?assédio para ganhos políticos? e garante que o conglomerado do pai tem feito tudo para garantir o cumprimento da lei, ao doar ao Tesouro americano todos os lucros de clientes de governos estrangeiros que ficarem em qualquer hotel do presidente.

O fato de o presidente ter mantido a sua Organização Trump em funcionamento sob a direção dos filhos ? em vez de ter passado os negócios para um fundo até abandonar a Presidência ? é um dos vários conflitos de interesse do novo governo, que assumiu o poder na sexta-feira passada.

?Não queríamos chegar a este ponto, tínhamos a esperança de que Trump desse os passos necessários para evitar violar a Constituição antes de tomar posse?, anunciou Noah Bookbinder, diretor executivo da Crew, em comunicado. ?Como isso não aconteceu, acrescenta, fomos forçados a tomar ações legais?.

Os advogados de Trump defenem que a cláusula citada tem como objetivo impedir que funcionários em cargos públicos aceitem prendas ou tratamento especial de potências estrangeiras e que não se aplica a pagamentos de contas como estadias em hotéis. O argumento citado pelo Crew já tinha sido referido várias vezes durante a campanha e, sobretudo, durante a fase de transição de governo .