Cotidiano

Atirador da Pulse ameaçou explodir reféns, diz prefeito de Orlando

ORLANDO ? O atirador Omar Mateen ameaçou explodir os reféns que fazia durante o ataque que matou 49 pessoas na boate gay Pulse, disse na quarta-feira o prefeito de Orlando, Buddy Dyer. Ele afirmou, no entanto, não poder avaliar se realmente havia explosivos no local ou acoplados ao corpo do terrorista. A ameaça pode ter forçado a equipe de elite da Swat a invadir o local e matar o atacante. Mateen conteúdo 1506

? Havíamos verificações independentes (comprovando as declarações de sobreviventes, que afirmaram que Mateen havia feito a ameaça) ? disse Dyer. ? Diziam que “sim, o terrorista colocará um colete explosivo” e explodirá os reféns.

O investigador sênior do FBI Ronald Hopper também disse que “era cedo” dizer se Mateen tinha bombas ou explosivos consigo.

Enquanto executava o maior ataque armado da História dos EUA, o atirador ligou para uma emissora televisiva local. Ele se identificou como o responsável pela tragédia e afirmou suas conexões com o Estado Islâmico em uma mistura de inglês e árabe, segundo um produtor da TV que atendeu ao telefone.

A poucos quilômetros da casa noturna, Matthew Gentili recebia diversas ligações de espectadores que tentavam descobrir o que acontecia. Dentre tantos telefonemas, ele relata que uma das conversas foi inesquecível.

? Você sabe sobre o tiroteio? ? uma voz masculinha perguntou a Gentili.

? Sim, estou recebendo ligações. Estou ouvindo relatos de um tiroteio ? o produtor respondeu.

? Sou o atirador. Sou eu. Eu sou o atirador.atirador1.jpg

Em seguida, Gentili diz que se tornou muito difícil entender o interlocutor. Ele falava rapidamente em uma mistura de inglês e uma língua que lhe parecia ser árabe fluente.

Quando o atirador voltou a falar em inglês, citou o jihadismo como sua motivação pelo crime. Ele se recusou a dizer de onde estava ligando.

? Eu fiz isso pelo Estado Islâmico ? disse ele.

? Tem algo mais que você queira dizer? ? respondeu Gentili.

? Não.

Mateen, então, desligou abruptamente o telefone. Embora agentes do FBI não tenham sido capazes de confirmar que tratava-se efetivamente do atirador, o conteúdo da ligação e o horário ? logo após a conversa com a polícia ? fazem sentido no contexto daquela noite, segundo os veículos de imprensa local que ouviram a gravação da conversa.