Cotidiano

Atingidos decidem manter acampamento

O chefe da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni, se reuniu com a comissão dos atingidos, na noite de sexta-feira (11), em Cascavel

Capanema – O chefe da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni, se reuniu com a comissão dos atingidos, na noite de sexta-feira (11), em Cascavel, na tentativa de que as famílias acampadas em frente ao portão de entrada do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu deixem o local para que as negociações com o consórcio empreendedor avancem.

“A obra está paralisada e a Neoenergia nos disse que só senta para negociar se [os agricultores] desocuparem. No período em que acompanho essa situação houve avanços, mas há um radicalismo [dos atingidos] que não tenho mais o que fazer. Vou levar o que foi discutido aqui ao conhecimento das autoridades competentes”, diz Rossoni.

Representantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem) disseram, no entanto, que não vão desocupar o local até que uma reunião seja marcada pela empresa e haja um acordo sobre as indenizações das terras alagadas pela construção do futuro reservatório da usina. “Se a empresa tivesse marcado uma reunião já tínhamos saído de lá, mas não tendo garantia, as famílias vão permanecer acampadas”, relata o agricultor Sidinei Martini. Mesmo com o risco de reintegração de posse e confronto policial, Martini afirma que os atingidos estão dispostos a tudo, “pois estão perdendo seu único bem, e ainda assim o consórcio se nega a indenizar conforme foi acordado em conjunto com as famílias há quase quatro anos. É tudo ou nada, ou a empresa honra seus compromissos ou terá uma tragédia na Baixo Iguaçu”, alerta.

Rossoni ressalta que a desocupação precisa ocorrer para que a obra, parada desde 19 de outubro por conta do protesto, seja retomada. “A usina estará pronta em dois anos e até lá há muito tempo para negociar. A Justiça não vai deixar que ninguém sofra prejuízos”, garante.

Individual

O Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu informou que não negocia mais de forma coletiva, já que muitas famílias estão indo até os escritórios para fechar um acordo. Em relação às demissões, foram 749 desligamentos até a sexta-feira (11), e afirma que a ação foi necessária por conta dos protestos dos agricultores.