Policial

Ataques em Minas e no Rio Grande do Norte colocam o Paraná em alerta

Na região, facção criminosa estaria articulando ataques a Fóruns para pegar armas

Cascavel – As forças de segurança estão em alerta máximo no Paraná depois da série de atentados – mais de 30 – nos últimos dias praticada pela maior facção criminosa que age dentro e fora dos presídios por todo o País. Os ataques, a princípio contra o regime de encarceramento, tiveram início nesta semana no Rio Grande do Norte, com maior concentração agora em várias cidades de Minas Gerais. Forças de inteligência nacional preveem que muitos outros serão realizados nos próximos dias em solo mineiro.

Entre as formas de “protesto” da facção estão os ônibus incendiados e a morte de um policial militar no estado mineiro. Por lá, a ordem – o “salve” na gíria da facção – é para mais mortes de policiais e agentes públicos em geral.

No Paraná, considerado a segunda casa do PCC com pelo menos 3 mil faccionados, o monitoramento é constante. E, por enquanto, as forças de inteligência não identificaram ações semelhantes no Estado, mas sabem que é uma questão de tempo, e que outros crimes estão sendo planejados por aqui.

Por enquanto, conforme os trabalhos de investigação, deve haver uma intensificação dos atentados em Minas Gerais, onde há uma presença intensa dos chamados “batizados”: são 1.432 filiados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), facilitada pela presença de líderes nos presídios locais e por cidades pequenas com baixo índice de policiamento o que facilita a ação dos criminosos, a exemplo do que ocorre no interior do Paraná.

“Ensaio”

As investigações preliminares indicam que o estado mineiro está sendo uma espécie de “ensaio”, ou seja, um teste que pode ser expandido para outros estados brasileiros, inclusive o Paraná.

O monitoramento feito pela inteligência eleva o grau de alerta no Estado porque em menos de três meses, em 31 de agosto, a facção vai celebrar seus 25 anos de fundação. A série de atentados prevista para o Paraná por essa ocasião prevê a morte de agentes de segurança, com uma vasta lista em articulação, a qual já foi desarticulada pelo menos duas vezes no último ano. Em agosto do ano passado, seriam mortos um juiz corregedor, um procurador, um delegado da Polícia Federal e agentes penitenciários. E, em fevereiro deste ano, o plano incluía a encomenda da morte de um agente que atuava no Presídio Federal em Catanduvas, o qual foi desarticulado pelas forças federais de investigação.

A “nova lista” envolveria, inclusive, ataques a Fóruns de Justiça da região oeste do Paraná para o resgate de armas e a carros-fortes e a caixas eletrônicos para a capitalização do bando.

Nesse caso, a preocupação é quanto à pouca segurança nos Fóruns, o que facilitaria a ação do PCC.

Constante

No Paraná, o alerta contra o PCC tem sido constante e intensificado nos últimos anos devido ao crescimento do número de “batizados”: já são mais de 30 mil em todo o Brasil.

O grupo, que é considerado uma célula terrorista, está presente em 26 estados brasileiros e em cinco países. Somente no Paraná, onde a atuação é uma das mais incisivas, foram presos nos últimos cinco anos pelo menos 130 integrantes do PCC que praticaram crimes em nome da facção ou em decorrência de sua filiação a ela. Ao menos 60 “batizados” teriam morrido em confronto com a polícia neste mesmo período apenas no Estado.