Cotidiano

Ataques de cães a humanos são frequentes em trilhas do Rio

Os bichos do mato viram refeição. Mas o antigo melhor amigo, o homem, não está a salvo de ataques de cães ferais ou semisselvagens. Isadora Lessa relata que no Parque Nacional de Brasília matilhas com mais de 15 cães atacam, por vezes, visitantes. Na Floresta da Tijuca não há grupos tão grandes, mas sobram histórias de ataques.

O professor de educação física e corredor de montanha Chico Santos, que treina e dá aulas nas estradas e trilhas da floresta, já precisou quebrar a lanterna em um cachorro que o atacou numa trilha perto do Solar da Imperatriz. O cão grande e semelhante a uma mistura de pitibull com labrador caça ali e persegue quem se aproxima de seu território. Santos, como outros frequentadores da floresta, acreditam que ele é dos moradores de uma casa na vizinhança.

? Até na estrada já vi problemas. Uma amiga foi mordida ao descer da Vista Chinesa. Aquele é um dos cães que vemos sempre rondando por ali ? diz.

Outro frequentador assíduo da floresta e profundo conhecedor de seus caminho, Jeremias Freitas, o coordenador de sinalização e manejo da Trilha Transcarioca é outro que sempre se depara com cães. Gabriela Heliodoro, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, observa que alguns cães podem se tornar muito agressivos e atacar quem cruza o seu caminho.

? Alguns são desconfiados e não se aproximam. Mas há alguns que realmente partem para cima. É mais uma irresponsabilidade de donos negligentes ou que os abandonam ? salienta.

Santos e Freitas já viram muitos cães abandonados. Principalmente nas imediações da Vista Chinesa e da Mesa do Imperador.

? É uma tremenda covardia. Os cachorros ficam por lá sem ter para onde ir. Eles podem caçar, mas também são vulneráveis a cobras. Já encontramos até um buldog francês na Vista Chinesa. Esse teve sorte e um amigo o adotou. Mas a maioria fica por lá ? conta Santos.

Freitas e Gabriela destacam ainda o problema das pessoas que violam a proibição de levar animais domésticos para o Parque Nacional da Tijuca e levam seus cães para passear nas trilhas, principalmente as que levam a cachoeiras, como a da Gruta.

? Alguns são arrogantes e acham que não fazem nada de errado. Não só desrespeitam a lei e colocam os animais silvestres em risco quanto ainda expõe seus cães de estimação ao perigo. Eles são alvos fáceis para cobras, por exemplo. Já vi um cachorro despencar da Cachoeira da Gruta e o dono nem ligou. É bem o tipo de gente irresponsável que leva cães para a floresta ? destaca Freitas.