Cotidiano

Ataque em festival religioso deixa ao menos quatro mortos em Bangladesh

Bangladesh BlastDACA ? Militantes atacaram nesta quinta-feira policiais de Bangladesh que protegiam o maior festival do país que marca o fim do Ramadã, matando três pessoas e ferindo outras 14, dias após o Estado Islâmico (EI) reivindicar responsabilidade por um grande ataque na capital. Um dos terroristas foi morto.

Ao menos cinco militantes atacaram um posto policial na cidade de Kishoreganj, a cerca de 140 quilômetros da capital, Daca, com pequenas bombas e então seguiram para cima da polícia com ?armas afiadas?, disse o chefe distrital, Mohammad Azimuddin Biswas.

Até 300 mil pessoas se juntaram para cerimônias religiosas para marcar o festival de Eid al-Fitr na cidade durante o momento de violência, cerca de uma semana após militantes do EI matarem 20 pessoas em um ataque em uma cafeteria em Daca.

Um policial foi morto em uma explosão e outro foi morto a facadas. Uma mulher que participava do festival também foi morta.

Um agressor foi morto e três foram presos, disseram autoridades. Não ficou imediatamente claro a qual grupo eles pertencem.

? A reunião dos fiéis não foi afetada pelos confrontos ? disse à AFP Azimuddin Biswas, administrador do distrito.

O ataque é o mais recente em um surto de violência na nação de 160 milhões de habitantes no sul da Ásia.

Nas celebrações do Eid al-Fitr, líderes religiosos fizeram um apelo a favor da paz. Na capital do país, a maior cerimônia religiosa pelo fim do Ramadã reuniu mais de 50 mil pessoas.

A polícia utilizou equipamentos e cães farejadores para detectar bombas. Os fiéis foram proibidos de carregar bolsas e foram obrigados a esperar uma hora antes de entrar no local da cerimônia.

O país também enfrenta desde o início do ano uma onda de assassinatos de intelectuais, membros de minorias religiosas e blogueiros ateus, em atos reivindicados pelo Estado Islâmico e por um braço da Al-Qaeda.

Porém, o governo se nega a admitir a presença de redes extremistas internacionais em seu território. O Executivo atribuiu o ataque de Dacca a um grupo islamita local que é considerado ilegal há 10 anos.

Em junho, o governo iniciou uma operação contra os jihadistas locais e mais de 11 mil pessoas foram detidas. Para os críticos do governo, as detenções foram arbitrárias ou pretendiam calar os opositores políticos.