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Astro da NFL diz ter recebido ameaças de morte após protesto

Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, o quarterback do San Francisco 49ers, Colin Kaepernick, disse ter recebido ameaças de morte após o protesto contra o racismo que fez na pré-temporada da NFL, em agosto deste ano.

Na ocasião, Kaepernick recusou-se a ficar de pé durante a execução do hino americano, ajoelhando-se em um protesto contra a violência policial sofrida por negros nos Estados Unidos. O astro recebeu o apoio do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da jogadora de futebol Megan Rapinoe, estrela da seleção feminina americana. NFL 21/09

O quarterback disse que as ameaças não ocorreram somente nas redes sociais, e acrescentou que, caso sofra algum tipo de atentado, sua tese sobre a violência contra negros estará comprovada.

– Recebi algumas ameças, mas não estou preocupado com isso. Para mim, se algo assim acontecer, vai ser alto e claro para todos por que isso acontece. Iria levar este movimento para frente a uma velocidade maior do que está agora. Com certeza, isso não é como eu quero que aconteça, mas é a percepção do que poderia acontecer. Eu sabia que outras coisas viriam junto com isso quando eu fiz (o protesto) pela primeira vez e falei sobre isso – argumentou o jogador dos 49ers.

O gesto de Kaepernick já inspirou outras manifestações no começo da temporada 2016/17 da NFL. O quarterback já adiantou que vai doar cerca de US$ 1 milhão a comunidades carentes nos próximos meses, e, apesar das ameaças, afirmou que não deixará de se manifestar por conta das ameaças sofridas. Ele ainda criticou a omissão de outros atletas que não se envolvem no debate sobre o racismo e a violência contra negros nos Estados Unidos.

– Há um monte de racismo disfarçado de patriotismo neste país, e as pessoas não gostam de abordar qual é a origem deste protesto. Você tem jogadores em todo o país, não só na NFL, que não gostam de abordar esta questão de que as pessoas de cor são oprimidas e tratadas injustamente. Eu não sei por que é assim ou do que eles têm medo, mas isso precisa ser falado – disparou o atleta.

A diretoria do San Francisco 49ers e a polícia de Santa Clara disseram que não receberam nenhuma denúncia por parte de Kaepernick antes da coletiva, mas garantiram que irão investigar as ameaças sofridas pelo quarterback.