Cotidiano

Assessor preso trabalha com Cabral desde a época da presidência da Alerj

Sergio oliveira.jpg RIO – Aos 58 anos, Sergio de Castro Oliveira, o Serjão, foi um dos principais assessores de Sérgio Cabral (PMDB) em campanhas eleitorais e na época em que o peemedebista ocupou a presidência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Serjão foi preso nesta quinta-feira na Operação Eficiência, sobre esquema de desvio e lavagem de dinheiro de contratos do governo do Estado do Rio na gestão do ex-governador Sérgio Cabral. Ele é suspeito de ser operador do esquema.

Operação Eficiência

Já são mais de duas décadas de amizade entre os dois. Quando Cabral disputou a prefeitura do Rio, em 1996, foi acusado de usar servidores de seu gabinete na Alerj para fazer campanha. Um dos nomes era precisamente o de Serjão. Outro presente na lista era Luiz Carlos Bezerra, que, assim como o ex-governador, foi preso na Operação Calicute, em novembro do ano passado. Bezerra é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como um dos operadores de Cabral e também é sócio de Serjão na empresa Rótulos e Rolhas Com. de Bebida Ltda, cujos bens foram bloqueados pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, na operação.

Em abril de 1999, o assessor de Cabral filiou-se ao PMDB e até hoje continua entre os quadros do partido. Nesse mesmo ano, reportagem do GLOBO mostrou que, como presidente da Alerj, Cabral tinha a mulher à época, um irmão, uma prima e a ex-sogra empregados em cargos de confiança no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Mas, não eram só parentes que estavam lotados no órgão. A mulher de Sérgio de Castro Oliveira estava empregada no gabinete do conselheiro Marco Antônio Alencar, filho do ex-governador Marcello Alencar.

O nome de Serjão voltou a ser publicado nos jornais em setembro de 2000. Mas, dessa vez, porque Cabral resolveu entregar declarações de bons antecedentes de seus assessores. A motivação para a iniciativa veio depois da grande repercussão da prisão de um assessor administrativo que fora preso junto com Levi Batista da Penha, o Baby, apontado à época como o líder do tráfico de drogas no Complexo do Alemão. Entre as declarações de bons antecedentes entregues pelo peemedebista estava as de Serjão, de Bezerra e também de Wilson Carlos, que foi secretário de Cabral no governo do estado e está preso desde a deflagração da Operação Calicute.

De acordo com documentos da Receita Federal que constam no processo da Calicute, Serjão aparece vinculado, em 2005 e 2006, à SCF, consultoria que era de Cabral e Carlos Miranda, também preso e apontado como operador do ex-governador. Durante o governo do amigo, foi empregado como assessor especial no gabinete do secretário de Governo, cargo ocupado por Wilson Carlos.

Em documento do processo sobre a Operação Calicute, o MPF apresentou, a partir da análise de e-mails, quais seriam os beneficiários finais de alguns dos repasses de valores realizados por Bezerra. Na lista, está Sérgio de Castro Oliveira, mas os apelidos que são creditados a ele são outros: ?Big? ou ?Big Asshole?.