Cotidiano

Assembleia decidiu sobre aporte de R$ 500 milhões na Unimed-Rio

2016 898389665-2015 802755022-2015 802628836-unimed-rio.jpg_20150326.jpg_201.jpgRIO – Foi um dia decisivo para a Unimed-Rio. Na última terça-feira, dia 27, a nova diretoria, empossada há um mês, realizou uma assembleia que tem o propósito específico de discutir o aporte de R$ 500 milhões à empresa pelos 5.400 médicos cooperados. Segundo a companhia, sob direção fiscal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) desde o ano passado, atualmente o passivo (ou seja, dívidas e outros compromissos) totalizam R$ 1,9 bilhão, já o ativo é de R$ 1 bilhão. UNIMED 2809

Dias antes do encontro, o diretor Financeiro da Unimed-Rio, William Galvão, explicou que o aporte poderia ser feito à vista ou parcelado e defendeu que as cifras fossem calculadas de acordo com a produção do cooperado. Ele destacou ainda que o aporte pagaria parte da dívida e possibilitaria que a Unimed-Rio continuasse funcionando. ?Se houver um processo de liquidação, a dívida vai ser cobrada por inteiro e teremos que parar de operar. Mas não tenho dúvida de que a empresa é viável. Tem uma carteira de quase um milhão de vidas e receita anual de R$ 5 bilhões?, afirmou, em entrevista ao GLOBO.

Na ocasião, o executivo apontou sinais de melhora da companhia, como a liberação, pela ANS, dos planos que estavam com as vendas suspensas e os acordos firmados com a Federação do Estado do Rio da Unimed, para pagamento das demais cooperativas, e com o Hospital São José, que retomará gradualmente o atendimento a usuários da empresa já na semana que vem.

Mas a avaliação passava longe de ser unânime.

Líder do movimento 3ª Via, a médica Ana Clara Sande, disse que, contrariamente ao que se poderia esperar, nem de longe a destituição da antiga diretoria da Unimed-Rio e a eleição de um novo grupo para o comando da empresa, em agosto, colocou fim à crise política que se arrasta na cooperativa há quatro anos e que piora a cada dia sua situação financeira.

Ela explicou que, apesar de validadas por auditoria externa e com parecer favorável à aprovação pelo Conselho Fiscal de 2015 (que era oposição à diretoria), as contas de 2014 e 2015 da cooperativa, por motivo político, não foram aprovadas pela assembleia. Em respeito à lei 5.764, essas contas devem ser apresentadas e aprovadas em Assembleia Ordinária. Após aprovação, deve-se ratear as perdas seguindo critério de proporcionalidade ao valor ganho por cada cooperado. Além disso, disse a líder da oposição, para o aporte de capital, é necessário alterar o Estatuto da Cooperativa em assembleia específica.

? O cooperado deve ser alertado para o fato de que, mesmo aportando capital, continuará devendo as perdas dos exercícios anteriores.

Segundo a médica, ainda não se percebe clareza na tomada de decisões da nova diretoria, que, afirma, aliou-se a antigos membros do comando anterior da cooperativa.

? Espera-se que a atual gestão siga o rito obrigatório e corrija a forma intempestiva e política com que vem conduzindo a Unimed-Rio, já que questionamentos jurídicos por parte dos cooperados podem agravar, ainda mais, o estado falimentar da empresa.