Cotidiano

Asfalto: com ritmo lento da obra, Sesop notifica e pode rescindir contrato

As obras de pavimentação das ruas Lagoa Rodrigo de Freitas e Lagoa Pinguela, no Lago Azul, foram iniciadas em março do ano passado

Asfalto: com ritmo lento da obra, Sesop notifica e pode rescindir contrato

 

 

Cascavel – Pela a segunda vez em menos de 40 dias a Sesop (Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas de Cascavel), estuda a viabilidade de romper o contrato com a empresa CS Engenharia responsável pelas obras de pavimentação asfáltica das duas principais ruas do Bairro Lago Azul. Sandro Rocha, secretário responsável pela a pasta, disse a reportagem do Jornal O Paraná que as obras não pararam, mas que o ritmo está muito lento e que, diante disso, a empresa foi notificada e terá um prazo de cinco dias para apresentar um cronograma real ou, caso contrário, eles farão a rescisão do contrato.

As obras de pavimentação das ruas Lagoa Rodrigo de Freitas e Lagoa Pinguela, no Lago Azul, foram iniciadas em março do ano passado

e paralisadas várias vezes. Uma das paralisações foi por conta de uma solicitação de reequilíbrio financeiro dos contratos da empresa, visto que os valores dos materiais de matéria prima aumentaram consideravelmente por conta da pandemia.

A última paralisação ocorreu no fim do ano passado e a obra foi retomada no dia 10 de janeiro, depois que o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, esteve nas ruas que estão com em obras e realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais “intimando” a empresa a retomar as obras até o 10 do primeiro mês de 2022, o que acabou sendo feito. Segundo Paranhos, se até a data as obras não fossem retomadas, a Prefeitura iria encerrar o contrato e multar a empresa. O investimento é de R$ 4.174.145,64 em 18.628,97 m² de pavimentação.

Roberto Zorzan, presidente da Associação de Moradores do Bairro Lago Azul, disse que o pedido de asfaltamento das duas principais ruas do bairro que sempre foi um sonho, está mais difícil do que nunca de sair do papel e que apenas 30% das obras foram concluídas. Conforme Roberto, “na última vez, quando o prefeito deu uma apertada a obra andou, mas nas duas semanas depois já reduziu o ritmo”.

Segundo o presidente da Associação, além da obra das ruas estarem lentas, eles estão com problemas em outras porque a água (enxurradas) dessas vias está tendo uma força maior. “As manilhas foram fechadas e quando chove além do barro, aquela água acaba descendo para as outras ruas”, relatou Roberto. Ele lembrou que o contrato foi aditivado no dia 28 de novembro do ano passado, prazo que era para ter sido entregue, mas que a empresa acabou ganhando mais 120 dias, prazo que termina neste mês de março.

Sobre o andamento das obras, o presidente salientou que tem poucos caminhões e maquinários no local, assim como funcionários trabalhando no dia a dia, já que os moradores acompanham as obras. “Tem um caminhão carreta trazendo pedra, uma patrola, um rolo e uma retroescavadeira, mas poucos funcionários”, reclamou Roberto.

A reportagem do O Paraná entrou em contato com Roger André Ziebert, representante da empresa CS Engenharia, que reforçou que a empresa não abandonou a obra e que está trabalhando, mas admitiu que mesmo mantendo o cronograma a obra deve demorar pelo menos mais quatro meses para ser entregue.

 

Câmara quer informações

O atraso na execução da obra de pavimentação gerou um pedido de informações ao Poder Executivo, por meio do Requerimento nº 33/2022, solicitado pelos vereadores Policial Madril (PSC) e Cidão da Telepar (PSB). Segundo os vereadores, a entrega programada para oito meses já teve o prazo que excedido. “Segundo as informações que nos foram repassadas, as obras de asfaltamento estariam paralisadas mais uma vez, o tem prejudicado a população local, visto que em dias de sol a comunidade sofre com a poeira e, consequentemente, com doenças respiratórias, bem como, em dias de chuva, a água escoa para dentro das casas, provocando inundação e espalhamento de lama”, afirmaram Madril e Cidão no requerimento.

Os parlamentares querem saber quanto da obra contratada já foi efetivamente realizada, qual a justificativa da empresa para o atraso e se foi realizado termo aditivo ao contrato. Além disso, os vereadores querem saber quanto a Prefeitura de Cascavel já pagou, se houve suspensão ou rescisão do contrato e qual a atitude que o Executivo pretende tomar para garantir a execução total da obra com o máximo de rapidez, de forma oficial.

 

 

Foto: Arquivo Pessoal/Roberto Zorzan