Já era a segunda vez que ela passava a mesma mensagem pelo WhatsApp. Não sei se foi por esquecimento ou se ela realmente quis passar pela segunda a vez a mesma mensagem, essência que considerava importante, o fato é que nas duas vezes em que deparei com o referido texto, dediquei alguns momentos para refletir.
Em resumo, é simples. Trata da energia que emana de nosso ser, aquilo que pensamos, que nasce do nosso cérebro, vibração que flui de nosso corpo e acaba funcionando como uma espécie de antena. Dividido em sete partes, o texto aborda a necessidade de vigiar nossos pensamentos e mudar de foco quando queremos torcer o pescoço do patrão ou fechar a porta e prensar os dedos da vizinha fofoqueira, nossa observadora de plantão que distorce tudo o que fazemos. Pensamentos como desânimo, raiva e vingança, ao redor de nosso corpo, fazem um estrago danado não apenas em nosso universo mas também na qualidade de vida de quem compartilha da mesma casa. Dessa forma, abster-se ao máximo do convívio com pessoas de mal com a vida é outra forma de diminuir que mais carga negativa seja descarregada bem em cima de sua cabeça, algo complicado quando se é jornalista e se trabalha em uma mesa com outras cinco pessoas, todas nervosas e preocupadas com pauta que deve ser entregue até as 16h30 às vezes acrescida da vontade de torcer o pescoço do patrão.
Mais existem outras maneiras de fugir das vibrações negativas, se não é possível trocar de chefe nem de emprego. As músicas e programas de televisão melodramáticos também fazem com que a gente ache normal sentimentos como traição, adultério, morte e violência. "É da vida", podemos pensar, tragédia é algo tão comum que está até nas músicas e nas novelas, não é mesmo?
Outra maneira de driblar a energia ruim, e casualmente, esta a gente pode usar e abusar, é fazer de sua casa seu reino, seu ninho, seu refúgio. Cuidar de seus móveis, passar produtos que os deixem lustrosos, evitar acúmulo de roupas, cama em desalinho e louça suja em cima da pia também reforça energia boa. Parece normal, e sabe ser bom sair de casa e bater a porta, sem se preocupar em arrumar a cama, mas voltar para um ambiente sujo pode trazer malefícios e impedir a sensação de bem-estar proporcionada pelo retorno ao lar, justo ele, seu lar, o que devia lhe dar uma das mais prazerosas sensações de tarefa concluída. Flores na sala também ajudam, uso de aromatizadores e uma vela com odor de rosas no banheiro são pequenos cuidados que encantam os olhos e faz bem ao coração.
E outro fator tão importante quanto pensamento é aquilo que sai de nossa boca. Palavras que ferem, que alimentam a maldade, que maldiz a vida são poderosas fontes de vibrações inferiores. que se replicam entre as pessoas.
O último item é um capitulo igualmente relevante. Aprendeu o que não deve fazer, ouvir e ver? Então aprenda a agradecer. Reconhecer o esforço do outro é outra forma de fazer bem não apenas às suas coronárias mas à alma de quem recebeu um “muito obrigado”. Talvez seja difícil não querer esgoelar o patrão às 16h20, ainda mais quando ele aparece na sala e fica batendo com o dedo em cima do relógio de pulso, mas agradeça ao colega que cedeu alguns minutinhos do tempo dele e ajudou você a fechar a meta do dia, encerrando mais uma jornada de trabalho, possibilitando a você voltar para casa realizado porque, afinal, tem gente boa nesse mundo. Sem a gratidão, as pessoas se cansam de praticar o bem. E se foi você quem recebeu esse reconhecimento, as flores da sala, o aromatizador do banheiro e as louças guardadas no armário potencializam sua sensação de que estar vivo até que é bom, mais um dia que você chegou em casa e satisfeito com a simpática tarefa que é viver.
