Cotidiano

Artistas do Municipal mantêm paralisação

RIO ? Com atividades interrompidas por atrasos nos salários, a orquestra, o coro e o balé do Teatro Municipal do Rio, mantido pelo governo estadual, tentam negociar uma forma de voltar ao trabalho. Representantes dos três corpos artísticos e também dos técnicos e dos funcionários administrativos do teatro se reuniram com a direção da casa na tarde dessa sexta-feira, dia 24, mas não houve resolução, e uma nova assembleia foi agendada para terça-feira, dia 28. Enquanto isso, ensaios para a ópera ?Orfeu e Eurídice?, de Gluck, estão suspensos. O espetáculo, com estreia prevista para 3 de julho, requer a participação da orquestra, do coro e do balé. Contudo, o diretor artístico do Municipal, André Cardoso, diz que uma boa notícia pode chegar no início da semana.

? Na segunda-feira, esperamos receber uma comunicação do governo do Estado sobre o repasse de recursos da União. Se isso se confirmar, a expectativa é que os salários sejam pagos na quarta-feira, e os ensaios de ?Orfeu e Eurídice? sejam retomados no mesmo dia. Porém, se isso não acontecer, rediscutiremos a situação na assembleia de terça-feira. Muita coisa está parada no teatro. Apenas os serviços essenciais estão mantidos, porque o pessoal do administrativo está trabalhando em sistema de rodízio. Portanto, os espetáculos produzidos por permissionários não estão ameaçados. Neste sábado mesmo, há um concerto da OSB no teatro ? disse Cardoso, afastando boatos de greve. ? Os artistas do teatro não estão fazendo uma greve, eles simplesmente não têm dinheiro para vir trabalhar.

A frase é a mesma que havia sido dita, em entrevista ao GLOBO na sexta-feira, por Jesuína Passaroto, presidente da Associação dos Músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal.

? Não existe greve, e sim o fato de que nós não temos mais dinheiro pra ir trabalhar. Esse problema do estado com relação aos salários está inviabilizando muitos funcionários de simplesmente ir trabalhar. Não queremos parar, pelo contrário, queremos continuar. Mas chega a um ponto em que falta o dinheiro ? disse ela.