Medianeira – O brasileiro sempre reclama quando o assunto é imposto. E com toda a razão, já que o País está entre os 30 com a maior carga tributária do mundo. Mas é o último da lista na reversão desse pagamento ao bem-estar da população, conforme aponta o cálculo do Irbes (Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade).
Segundo o estudo, o Brasil continua o que proporciona o pior retorno dos valores arrecadados, apesar de seus impostos altíssimos, que na semana passada atingiram a marca dos R$ 1,95 trilhão entre janeiro e dezembro deste ano. E a expectativa é de que até o próximo dia 31 de dezembro o Impostômetro, controlado pela Associação Comercial de São Paulo, ultrapasse R$ 2 trilhões em tributos.
Igualmente ocorre com os estados, que têm o ICMS como a principal receita de arrecadação. O Paraná representa ainda 5,58% de todo o imposto arrecadado no País e ocupa a 6ª posição no ranking dos estados com a maior carga tributária de 2016. No Paraná, de janeiro até o último dia 23, foram pagos R$ 109.410.681.738 em impostos, valor que é 5,2% maior do que o mesmo período de 2015, quando a soma chegou a R$ 104 bilhões. À frente estão os estados de São Paulo (37,48%), Rio de Janeiro (13,77%), Minas Gerais (7,09%), Rio Grande do Sul (5,69%) e o Distrito Federal (6,65%).
No Oeste
A conta no Oeste também foi alta em 2016. Antes mesmo de o ano encerrar, os 50 municípios da região pagaram R$ 683.373.595, superando em 3,1% o mesmo período de 2015, quando a arrecadação chegou a R$ 662.597.271. Por conta do número de habitantes e consequente aumento no consumo, a maior carga tributária da região foi registrada em Cascavel, com R$ 224.096.670 em impostos. Em seguida está Foz do Iguaçu, com R$ 180.060.490, Toledo (R$ 90.669.730), Medianeira (R$ 24.163.669) e Marechal Cândido Rondon (R$ 23.604.468).
Os menores índices foram registrados em Iracema do Oeste (R$ 229.561), Anahy (R$ 362.714) e Santa Lúcia (R$ 401.585).
Produtos até 72% mais caros
O pagamento de impostos reflete em cheio do bolso do consumidor, especialmente nesta época de Natal, quando as famílias têm o hábito de dar presentes. O Impostômetro traz alguns exemplos de quanto os brasileiros pagam de impostos ao adquirir um bem de consumo.
No topo da lista estão os videogames. O custo médio do produto é de R$ 759,99, conforme a pesquisa. Sem o imposto, o mesmo produto custaria R$ 211,43, uma redução de 72,18% no custo final.
Embora o Brasil seja reconhecido como o país do futebol, o preço pago por uma bola para praticar o esporte é bem salgado. Dos R$ 101,99 pagos pelo produto, 46,49% se referem a impostos. Ou seja, a bola de futebol sairia por R$ 54,57 caso a carga tributária não fosse tão pesada. Outros bens integram a lista, como skate (52,78%), bicicleta (45,93%), celulares (42,69%), boneca (39,70%), tablet nacional (39,12%) e camisa de futebol (34,67%).
Info:
Produto com imposto Sem imposto
Videogame R$ 759,99 R$ 211,43
Celular R$ 1.566,31 R$ 897,65
Bola R$ 101,99 R$ 54,57
Brinquedos R$ 70,11 R$ 42,28
Livro R$ 23,90 R$ 20,19
Bicicleta R$ 299,99 R$ 162,20
Tablet nacional R$ 1.278,68 R$ 778,46
Bicho pelúcia R$ 84,99 R$ 59,56
Fonte: Impostômetro/2016