Política

Arrecadação do Paraná aumenta, mas secretário pede “prudência”

Embora a receita tenha aumentado em relação à previsão inicial, ainda há despesas que não têm dotação orçamentária no total de R$ 459 milhões

Arrecadação do Paraná aumenta, mas secretário pede “prudência”

Curitiba – O secretário de Estado da Fazenda, Renê Garcia Junior, apresentou durante audiência pública ontem (29), na Assembleia Legislativa do Paraná, os resultados contábeis do Paraná referentes ao 2º quadrimestre de 2021. Acompanhado por uma equipe de técnicos do Governo, o secretário detalhou durante o encontro as receitas, despesas e resultados referentes à contabilidade do Estado, e respondeu aos questionamentos dos deputados.

Durante a apresentação, Garcia Junior destacou que houve um aumento nas receitas do Estado em 2021. No entanto, o secretário ressaltou que o momento é incertezas e de cuidados com os recursos públicos. De acordo com as informações da Secretaria de Estado da Fazenda, a LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2021 estimava que parte das despesas poderiam não ser realizadas, pois o déficit esperado chegava a R$ 4,8 Bi. Ao longo do ano, diz a pasta, o aumento da receita permitirá o Estado cumprir todas suas obrigações.

De acordo com a apresentação, embora a receita tenha aumentado em relação à previsão inicial, ainda há despesas que não têm dotação orçamentária no total de R$ 459 milhões. “O momento ainda é de muitas incertezas em relação às atividades econômicas. É necessário manter prudência com as despesas. A previsão de receita para 2022 mostra que ela estará aquém do ideal, e os indicadores de confiança dos setores da economia paranaense começaram a apresentar retração, além da expectativa de crise elétrica e elevação dos juros”, explicou Garcia Junior.

 

Conjuntura econômica

Garcia Junior aproveitou a audiência para realizar uma avaliação da conjuntura econômica mundial, mostrando que após o pico em função da Covid-19, o Indicador de Incerteza Global (IIG) se mantém próximo da sua média histórica. De acordo com a apresentação, a redução das incertezas e avanço da vacinação contribuem para recuperação econômica, principalmente dos setores mais afetados pela pandemia. A perspectiva é de crescimento global de 6,0% em 2021, segundo os dados apresentados.

Sobre o cenário econômico, os dados apresentados demonstram que a economia brasileira revela sinais de desaceleração. A apresentação mostrou que o desemprego ainda elevado e a corrosão do poder aquisitivo das famílias dificultam uma recuperação mais robusta dos serviços e do consumo das famílias. Segundo os números apresentados pelo secretário, apesar da queda de 0,6% na taxa de desocupação no segundo trimestre, a recomposição do emprego está se dando com salários mais baixos. “O rendimento médio real dos trabalhadores recuou 3,3% no 2º trimestre frente ao 1º trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2020 o recuo foi de 6,6%”, explicou o secretário.

 

Preço da gasolina

Durante a apresentação, o secretário destacou que a elevação do preço da gasolina não tem relação com o ICMS.  Enquanto alíquota do imposto se manteve fixa, a partir de 2020 o câmbio do dólar e preço do petróleo apresentaram crescimento e se mantém em patamar elevado.