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Ari Júnior, o ?Van Gogh? das lentes e espírito brincalhão

Para Ari Júnior, repórter cinematográfico de 48 anos, não tinha tempo ruim. Em busca da melhor imagem, ele não hesitava em escalar uma árvore, subir um muro, deitar no chão, sempre atrás de um ângulo inédito que fosse capaz de deixar mais belo o que estava sendo filmado. Ontem, no velório, foi chamado de Van Gogh das lentes pelos seus colegas.

Pai de dois filhos e torcedor do Goiás, além do talento natural, ele também era conhecido pelo espírito brincalhão. Apesar de ter nascido em Goiânia, ele tinha uma ligação muito forte com Trindade, onde será sepultado no fim da tarde de hoje.

Ari começou debaixo. Seu início foi como porteiro na TV Serra Dourada, afiliada do SBT em Goiânia, onde teve sua primeira grande oportunidade como cinegrafista. Na década de 1990, passou pela TV Anhanguera, onde fez imagens marcantes, como da Caminhada Ecológica entre Aruanã e Goiânia, às margens do Rio Araguaia, em 1996.

Ari chegou na Rede Globo, em São Paulo, em 1997. Seis anos mais tarde, ele veio para o Rio de Janeiro. Atualmente, ele era peça fundamental no Planeta Extremo, do Fantástico. Em 2015, ele estava gravando o programa no Nepal quando houve o terremoto que matou mais de oito mil pessoas. Com muito profissionalismo, ele transmitiu as dores desta tragédia para o Brasil.

Quando não estava gravando para o Planeta Extremo, Ari costumava participar de coberturas esportivas. E, por isso, estava no avião que levava o time da Chapecoense para a final inédita da Sul-Americana.