Cotidiano

Argentina estuda cobrar pedágio por acesso ao país

Medida que gera polêmica faz parte de pacote para endurecer política migratória

Foz – O acesso ao território argentino, incluindo as divisas do Brasil com o país vizinho, pode ficar mais difícil no futuro. O governo de Maurício Macri quer implantar uma espécie de pedágio a estrangeiros que pretendem entrar na Argentina. A informação parte do delegado do Ministério do Interior, Alfredo Schiavoni. A matéria é polêmica e divide argentinos que moram em áreas de fronteira.

A implantação do pedágio, caso aprovada, incluirá um pacote de medidas do Governo Macri na tentativa de reduzir os efeitos das facilidades de acesso oferecidas durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner. O resultado foi o crescimento considerado a taxas preocupantes de estrangeiros principalmente das Américas latina e central.

Haverá mais rigor na checagem de informações sobre antecedentes e aqueles que vivem em situação irregular poderão ser deportados.

Outra das propostas em análise é quanto à adoção de uma carteira de trânsito fronteiriço para facilitar a entrada de pessoas que moram em regiões de divisa. Atualmente, em toda a extensão territorial argentina, há 147 possibilidades de acesso de estrangeiros ao país. O governo de Maurício Macri também quer contar com um pelotão especial para investigar imigrantes que tenham cometido crimes e que não pagaram pelos seus atos em seus países.

A Câmara de Turismo de Porto Iguaçu, que faz divisa com Foz do Iguaçu, é uma das primeiras a se pronunciar sobre o pedágio. Ela já manifestou sua contrariedade à cobrança da taxa migratória a quem entra em território argentino pela Ponte Internacional Tancredo Neves. O receio é que a taxa reduza consideravelmente o fluxo de brasileiros, responsáveis por boa parte da movimentação financeira da região.

Barreiras que dificultam o acesso colocam em xeque também aspectos do tratado do Mercosul, que prevê em sua essência facilidades de integração entre os países-membros. Ainda não se tem informações precisas sobre de quanto seria o valor de cobrança da taxa de migração em debate.

Deportação

Argentinos conservadores estiveram entre os principais opositores do governo da ex-presidente Cristina Kirchner. Uma das queixas é que o relaxamento de regras de acesso ao País fez com que muitas pessoas de caráter duvidoso e criminosos passassem a morar na Argentina. Por isso, o governo de Maurício Macri, do grupo opositor de Cristina, estuda medidas para dificultar as coisas. Uma das possibilidades é de endurecer procedimentos para averiguar antecedentes por meio de questionários e implantação de um cartão vicinal fronteiriço. O pacote poderá ser acrescido também de trâmites mais ágeis para a expulsão de estrangeiros irregulares, bem como a criação de centros de detenção de imigrantes.