Política

Área econômica é foco do governo de transição

Cotado para ser ministro-chefe da Casa Civil diz que nomes da equipe técnica serão definidos esta semana

Brasília – A área econômica será o primeiro foco do governo de transição, disse ontem o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), cotado para ser ministro-chefe da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Os nomes da equipe técnica serão definidos ainda esta semana.

O presidente eleito deve ir a Brasília na próxima semana para se reunir com a equipe de transição e encontrar parceiros na Câmara. Segundo Lorenzoni, a nova cirurgia para retirada da bolsa de colostomia está sendo planejada para as primeiras semanas de dezembro para que Bolsonaro possa tomar posse já totalmente recuperado.

O deputado se diz tranquilo com a governabilidade do próximo mandato, pois terão maioria no Congresso: “Já temos mais de 300 deputados que aceitaram colaborar com nossa nova forma de governar. Com a nova Câmara, esse número só vai crescer”, disse, ao afirmar que parcerias estão sendo construídas desde outubro do ano passado. "Vamos quebrar o toma lá, dá cá", afirmou, “não haverá loteamento de cargos”.

Segundo ele, a futura Reforma da Previdência irá separar as despesas com benefícios previdenciários e com assistência social. Além disso, terá de durar um prazo longo e, portanto, maior do que a PEC da Previdência que tramita no Congresso.

O futuro ministro da Casa Civil confirmou que Cesare Battisti será extraditado para Itália, depois que as tratativas legais sejam cumpridas. "Já temos homicidas demais no Brasil. Ele tem de voltar para a Itália."

Entidades pedem reformas

O antigo clamor da classe empresarial de que o País precisa passar por reformas estruturais para retomar o crescimento econômico foi a tônica das manifestações de líderes empresariais em torno da vitória de Jair Bolsonaro para a Presidência da República. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) ainda destacou a necessidade de diálogo com o Legislativo e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), a redução da burocracia.

“Tenho a certeza de que, com a aceleração das reformas econômicas e institucionais, como a da Previdência e a tributária, o País se fortalecerá e construirá, nos próximos quatro anos, uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional”, disse por meio de comunicado, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

A aposta do setor, conforme o líder empresarial, é que Bolsonaro possa formar uma base de apoio no Legislativo para a aprovação dessas medidas consideras por eles essenciais para o avanço da economia.

Já a CNDL, as Federações das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDLs), as Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs), a CDL Jovem e o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) aproveitaram o momento para pleitear ações que melhorem as atividades do comércio.

Em nota assinada pelo presidente da CNDL, José César da Costa, o setor destacou que “é preciso, urgentemente, reduzir a burocracia e simplificar os processos que envolvem abertura, funcionamento e inovação das empresas. Além do mais, é fundamental avançar no desenvolvimento de políticas relacionadas à segurança pública, à infraestrutura e ao acesso a crédito privilegiando os empreendedores e, consequentemente, toda a sociedade brasileira”.

De uma forma geral, o mercado reagiu com otimismo à vitória de Bolsonaro, segundo especialistas. Já a agência de classificação de risco Moody’s cobrou mais clareza na agenda econômica do eleito para garantir mais confiança entre os investidores.

Bolsonaro teve 68,4% dos votos no Paraná

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concluiu às 15h27 dessa segunda-feira (29) a totalização de 100% das seções eleitorais do segundo turno das eleições. Conforme o resultado final, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente da República com 55,13% dos votos válidos, o equivalente a 57.797.847 de votos. O candidato do PT, Fernando Haddad, ficou em segundo lugar e recebeu 44,87% dos votos, que equivalem a 47.040.906.

A contagem final também mostra que 115,9 milhões (78,70%) de eleitores compareceram para votar.

A abstenção foi de 21,3% (31,3 milhões). Houve 2,4 milhões de votos em branco e 8,6 milhões de nulos.

No Paraná, o candidato do PSL teve uma margem de votos ainda mais favorável: ele foi a escolha de 68,4% dos eleitores enquanto Haddad teve 31,57%. No Estado, a abstenção no segundo turno foi de 17,6%, um pouco maior que no primeiro turno, quando havia sido de 16,9%. Votos brancos e nulos totalizaram 6,4%.

No primeiro turno, o Paraná já havia dado a Bolsonaro votação superior à média brasileira. Ele teve 56,9% dos votos no Estado contra 46% no restante do País.

Governadores

eleitos no 2º turno

Os brasileiros escolheram domingo governadores de 14 unidades da Federação. Confira os governadores eleitos em cada um desses estados.

São Paulo – João Doria (PSDB)
Minas Gerais – Romeu Zema (Novo)
Rio de Janeiro – Wilson Witzel (PSC)
Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra (PT)
Distrito Federal – Ibaneis Rocha (MDB)
Amazonas – Wilson Lima (PSC)
Amapá – Waldez Góes (PDT)
Mato Grosso do Sul – Reinaldo Azambuja (PSDB)
Pará – Helder Barbalho (MDB)
Rondônia – Coronel Marcos Rocha (PSL)
Roraima – Antonio Denarium (PSL)
Rio Grande do Sul – Eduardo Leite (PSDB)
Santa Catarina – Comandante Moisés (PSL)
Sergipe – Belivaldo Chagas (PSD)
Eleitos no 1º turno
Goiás – Ronaldo Caiado (DEM)
Tocantins – Mauro Carlesse (PHS)
Ceará – Camilo Santana (PT)
Mato Grosso – Mauro Mendes (DEM)
Espírito Santo – Renato Casagrande (PSB)
Paraíba – João Azevêdo (PSB)
Pernambuco – Paulo Câmara (PSB)
Maranhão – Flávio Dino (PCdoB)
Bahia – Rui Costa (PT)
Piauí – Wellington Dias (PT)
Alagoas – Renan Filho (MDB)
Paraná – Ratinho Junior (PSD)
Acre – Gladson Cameli (PP)