Cotidiano

Araupel: MST movimenta cifras gigantes com invasões

Esquema à margem da lei gira quantias enormes de dinheiro

Cascavel – Os crimes, o clima de medo e a impunidade que marcaram o cangaço no fim do século 19 em regiões do Nordeste brasileiro foram empregados pelo empresário Tarso Giacomet para descrever o terrorismo praticado pelo MST nas regiões de Quedas do Iguaçu e de Rio Bonito do Iguaçu.

No Sudoeste do Paraná, o cangaço não acabou, disse Tarso durante homenagem que recebeu da Caciopar e do G8, o grupo das oito principais entidades do setor produtivo de Cascavel.

Pessoas boas, trabalhadoras, que respeitam a lei e confiam em um Brasil justo e de oportunidades estão nas mãos de grupos armados formados por militantes que se colocam acima da lei e da Justiça. E pior, com a omissão de governantes vacilantes, afirmou Tarso para um público formado por empresários e por líderes de setores legalistas.

A Araupel é uma das maiores empresas beneficiadoras de madeira e de reflorestamento do Sul do Brasil, que gera 1,2 mil empregos apenas na região de Quedas do Iguaçu.

Duas décadas

A história de trabalho e de empreendedorismo da empresa tem sido ameaçada pelo Movimento Sem-Terra há 20 anos. Hoje, cinco invasões e inúmeros crimes impunes depois, o MST tem 52 mil hectares de terras onde estão três assentamentos e milhares de lotes. Entretanto, a maior parte desses terrenos já foi ilegalmente vendida e, a R$ 120 mil cada, tem gente ganhando milhões.

Considerando perdas à União e promovidas por uma indústria de extração irregular, furto e venda de madeira, líderes do Movimento que se diz social movimentam um negócio bilionário. E tudo à margem da lei e sob a omissão de parte da Justiça, do governo estadual e de órgãos, inclusive ambientais, que deveriam fazer cumprir a lei e dar exemplo de integridade.

Tarso Giacomet citou sobre homicídios, ameaças constantes a trabalhadores e a pessoas boas, da captura e morte de animais silvestres, da derrubada de árvores centenárias, protegidas e em áreas de preservação e também sobre o desrespeito à Constituição e a alguns dos seus mais caros princípios, como o de propriedade, o de trabalhar formalmente e o de manter a família com dignidade.

“O Estado, infelizmente, tem deixado muito a desejar em um tema tão delicado e com tantas afrontas. Mesmo assim, a expectativa é que o diálogo e o bom senso prevaleçam para devolver paz a essa região”, afirma o presidente da Faciap, Guido Bresolin Júnior.