RIO Com vários filmes que fizeram bonito (outros, nem tanto) em várias mostras pelo mundo, o Festival de Cinema de Nova York anunciou nesta terça-feira sua seleção de 25 filmes para a mostra principal. Ao lado de Almodóvar, com o seu “Julieta” e do vencedor do urso de ouro em Berlim o documentário “Fuocoammare”, de Gianfranco Rosi estará Kleber Mendonça Filho e seu elogiado “Aquarius”.
O cinema é tantas coisas ao mesmo. E quando vejo os filmes selecionados para este ano, percebo que é uma forma de resposta. Os irmãos Dardenne, Ken Loach, Cristian Mungiu, Gianfranco Rosi, Kleber Mendonça Filho, e Ava DuVernay são alarmes que estão soando, enquanto Jim Jarmusch, Kenneth Lonergan, Barry Jenkins, Maren Ade, Olivier Assayas, James Gray, e Mike Mills estão fixados em paisagens internas, proclamando a urgência de autorealização. Também vejo na programação deste ano trabalhos vitais de artistas de todo o mundo que não param até conseguir concretizar aquilo que imaginam disse Kent Jones, diretor do festival e coordenador do comitê de seleção.
A mostra abre no dia 30 de setembro, com “The 13th”, documentário de Ava DuVernay (“Selma”) que investiga o sistema prisional americano e como ele revela a desigualdade racial do país. O último filme exibido será “The lost city of Z”, de James Gray, fechando o festival em 16 de outubro.
A programaçãoaproveitou muitos filmes exibidos em Cannes. É o caso de “Personal shopper”, que, apesar de vaiado pelo público, rendeu melhor direção a Olivier Assayas. O prêmio foi compartilhado com Cristian Mungiu, por “Bacalaureat”, que também estará em Nova York.
“I, Daniel Blake”, de Ken Loach, vencedor da Palma de Ouro, será outro destaque do festival, assim como vários de seus concorrentes, como “Paterson”, de Jim Jarmusch; “La fille unconue”, dos irmãos Dardenne; e “Elle”, do holandês Paul Verhoeven, que rendeu muitos elogios à protagonista Isabelle Huppert.
