Cotidiano

Aposentadoria: Reis Velloso defende idade mínima de 60 anos

INFOCHPDPICT000061539569RIO – O economista João Paulo dos Reis Velloso, ex-ministro do Planejamento, defendeu nesta terça-feira que a reforma da Previdência estabeleça idade mínima de 60 anos para aposentadoria, cinco anos menos que a proposta do governo.

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? Sem reforma, as despesas com previdência no PIB vão dobrar. Logo, a necessidade de reforma é crucial, senão a casa cai ? disse o atual presidente do conselho do Instituto Ibmec, em fórum sobre a Previdência no Rio. ? Os homens se aposentam hoje aos 55 anos, em média; as mulheres, aos 52, na média. Isso é incompatível com a expectativa de vida dos brasileiras. A sobrevida (após a aposentadoria) das mulheres, por exemplo, é de mais ou menos 30 anos.

Velloso defendeu a manutenção do tempo mínimo de contribuição, de 35 anos para homens e de 30 anos para mulheres. Outra proposta de Velloso é sobre a pensão por morte. Hoje ela é integral, mas o economista defende que ela seja reduzida a 70% do valor da aposentadoria, acrescido de 10% por dependente, podendo chegar a 100%. Também neste ponto, a proposta de Velloso é mais branda que a do governo, que pretende reduzir a pensão por morte a 50% (mas também com acréscimos de 10% por dependente).

? No Brasil, esse benefício representa 3% do PIB. No resto do mundo, menos de 1%. As razões são a falta de exigência de tempo mínimo de contribuição para a concessão da pensão, de tempo mínimo de casamento e de coabitação, da possibilidade de acumular pensões e salários ? afirmou.

De acordo com o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Paulo Tafner, a ausência da idade mínima para aposentadoria favorece apenas a parcela mais rica da população:

? Um dos incentivos incorretos (no modelo atual de Previdência) é a questão da idade. Ela está errada. Nós nos aposentamos muito precocemente. Mas não todos. Os homens pobres se aposentam, em média, com 63 anos. Se eu falo em idade mínima, eu vou atingir é o profissional liberal, os professores, os metalúrgicos. São esses grupos que não querem idade mínima.