RIO – A prefeitura vai criar um sistema de monitoramento de ressacas para alertar a população a não permanecer em pedras, ciclovias ou outros pontos em que haja risco de acidentes por causa das ondas. O anúncio foi feito nesta segunda-feira pelo prefeito Eduardo Paes ao apresentar o projeto de recuperação do trecho do complexo cicloviário Tim Maia, que desabou em abril, na Avenida Niemeyer, na altura da Gruta da Imprensa, provocando a morte de duas pessoas. A previsão é que o sistema esteja implantado em até 60 dias – em agosto – prazo para conclusão da recuperação da ciclovia da Niemeyer e também a abertura da ciclovia construída no projeto do Novo Joá, que liga a Barra a São Conrado. Outra medida que será adotada prevê a instalação de um sistema de sinalização para alertar os usuários no caso de ressacas que possam atingir a pista e que apresentem risco de acidentes com os usuários.
De acordo com a prefeitura, em nove trechos da ciclovia, entre o Vidigal e a praia de São Conrado, serão instaladas placas de advertência sobre a possibilidade de choques de ondas na rocha, semáforos de orientação para os ciclistas, câmeras de monitoramento e correntes metálicas para bloquear o trecho entre o Vidigal e São Conrado.
A solução apresentada toma como base análises da chamada onda centenária, como O GLOBO antecipou nesta segunda-feira. Segundo o secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, além de construir três pilares novos, mais robustos que os anteriores, cada um terá quatro pilares fincados na rocha, em lugar de apenas dois. Com isso, a estrutura será apoiada em cada pilar por duas estacas de dois metros ficanda na rocha e outras duas novas a 2,30 metros. Ciclovia – 13/06
O novo serviço de monitoramento vai ser operado pelo sistema Alerta Rio. Para emitir os alertas, a prefeitura vai tomar como base dados sobre altura e direção de ondas bem como da temperatura da água de duas bóias da Marinha. Mais duas serão adquiridas pelo município. Os dois trechos da Ciclovia Tim Maia só serão reabertos depois que todas as bóias estiverem disponíveis. Até lá, apenas o trecho da Ciclovia Niemeyer, entre o Leblon e o Vidigal, que não se encontra em vão livre, permanecerá aberto.
Paes acrescentou que a consultoria externa contratada pela prefeitura ainda avalia as condições de segurança dos demais trechos da ciclovia Niemeyer e do Joá. E que, por enquanto, não identificou qualquer problema de concepção. No caso do Joá, as atenções estão voltadas para avaliar a segurança estrutural no trecho da Praia do Pepino. Segundo o prefeito, o consórcio Contemat-Concrejato executará a recuperação sem ônus para o município. A prefeitura, no entanto, está arcando com as consultorias para encontrar uma solução técnica e avaliar as condições de segurança de toda a Ciclovia Tim Maia. Apenas a empresa Casa Grande Engenharia, que foi contratada para avaliar as soluções técnicas propostas, vai receber R$ 500 mil. A prefeitura também conta com consultorias da Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharia (Coppe) e do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH).
A GE0-Rio vai continuar a fiscalizar a execução das obras mas não estará sozinha O trabalho será acompanhado pela Coordenadoria Geral de Projetos (CGP) da prefeitura além da Casa Grande Engenharia.
Paes não revelou como estão as negociações com os parentes das duas pessoas que morreram para a concessão de indenizações. A responsabilidade por isso está a cargo da Procuradoria Geral do Município (PGM).
Em relação ao fato de ressacas terem atingido duas instalações provisórias da Olimpíada do Rio, que estão sendo construídas na Praia de Copacabana, Paes disse que a responsabilidade pelo projeto é exclusivamente do Comitê Organizador Rio 2016. Na sexta-feira, a Secretaria municipal do Meio Ambiente embargou a obra – que poderão ser liberadas ainda hoje.
O prefeito também disse que as obras do velódromo, no Parque Olímpico, que são as mais atrasadas, será concluída até o evento. No entanto, ainda haverá serviços a executar no evento-teste que começa no próximo dia 25.
