Cotidiano

Após promessa de Calero, MinC pede reintegração de posse no RJ e em SP

201605172108146095.jpgRIO ? O Ministério da Cultura (MinC) informou, nesta quarta-feira, que entrou na Justiça para desocupar espaços vinculados à entidade porque o diálogo com os manifestantes que estão nos locais “não evoluiu”. Na terça-feira, o juiz Paulo André Espírito Santo Bonfadini, da 20ª Vara Federal do Rio de Janeiro, negou o pedido de reintegração de posse feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico (Iphan) contra os ativistas que estão no Palácio Capanema, no Centro do Rio, desde maio. No dia anterior, em São Paulo, a Fundação Nacional de Artes (Funarte) conseguiu autorização para despejar os militantes, que têm 15 dias para deixar a sede da instituição na cidade.

Em 27 de maio, o ministro Marcelo Calero garantiu, em entrevista à “Folha de S.Paulo”, que não tomaria medidas deste tipo. No entanto, 54 dias depois, a assessoria do Ministério informou que os manifestantes, contrários ao governo do presidente interino Michel Temer, não se mostraram dispostos a chegar a um consenso. Uma obra no valor de R$ 20 milhões a ser realizada no Palácio Capanema e os danos ao patrimônio da Funarte também foram elencados como motivos para a mudança de estratégia.

Os manifestantes cariocas, por outro lado, prometeram permanecer no local e prosseguir com a programação cultural. Desde o início da ocupação, artistas como Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, Frejat e Otto já se apresentaram no lugar. Em uma publicação no Facebook, o movimento Ocupa MinC divulgou um comunicado:

“Resistimos por mais de dois meses, e até aqui promovemos mais de mil atividades gratuitas. Diversas atividades artísticas, seminários, ‘planetárias’ , shows, aulas, debates, e oficinas de capacitação formando uma rede sustentável com programação rica em diversidade cultural, criando um ambiente de troca e aprendizagem onde as políticas públicas socioculturais são exercidas por e para a população”, diz o texto.

Espalhado por diversas capitais, o protesto começou contra a extinção do MinC, inicialmente transformada em Secretaria por Temer. Depois, quando o presidente interino voltou atrás, os manifestantes decidiram permanecer nas ocupações até a saída do político.