Saúde

Após pior mês do ano, pandemia dá sinais de queda em janeiro

Depois de registrar o pior mês da pandemia em dezembro, o Paraná inicia 2021 com queda significativa de novos infectados e mortos em decorrência da covid-19. Para a Secretaria de Estado de Saúde, a redução é resultado das medidas restritivas adotadas há um mês, mas alerta para o possível aumento de casos decorrente das festas de fim de ano

Após pior mês do ano, pandemia dá sinais de queda em janeiro

Cascavel – Após um dezembro macabro, com recorde de infectados pelo novo coronavírus e mortes em decorrência de complicações da covid-19, o Paraná inicia 2021 com números mais otimistas.

A média móvel de mortes é 47,7% menor que a de 14 dias atrás, e a de casos, teve queda de 45,7%. Essa comparação leva em conta a média nos últimos setes dias em relação à média registrada duas semanas atrás.

Em números absolutos, foram informados ontem 1.717 novos casos e 32 mortes. Com isso, os dados acumulados do monitoramento da covid-19 mostram que o Paraná soma 419.839 infectados desde o início da pandemia, dos quais 7.997 não sobreviveram. Dos casos divulgados no boletim dessa segunda, 750 são do mês passado.

Já o número de internados segue alto. Ontem, 2.664 pessoas ocupavam leitos exclusivos para tratamento da covid-19, das quais 1.156 em UTI. Do total, 1.061 aguardavam resultado de exame. O número de casos ativos, com capacidade de transmissão do vírus, também é alto: 104.381 no Paraná. Contudo, esse número se aproximou de 120 mil em meados de dezembro.

Em nota, a Secretaria de Saúde atribui a recente queda às medidas adotadas pelo governo do Estado em dezembro, como o toque de recolher das 23h às 5h e a proibição de venda e consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos nesse horário, além de proibir eventos com mais de dez pessoas. “As medidas estabelecidas no decreto tiveram como consequências a redução de ocorrências policiais e de acidentes de trânsito. O impacto gerado pelas normas foi percebido pela sensível redução de casos e pela queda na necessidade de leitos em torno de 35% para traumas, urgências e emergências identificado nas últimas semanas”, informa.

Contudo, com monitoramento diário, a secretaria afirma que não é possível afirmar que a fase de agudização da pandemia já passou e que, devido às festas de Natal e Ano-Novo, “com muitos encontros e reuniões, a consequência provável será um novo aumento de casos”.

18,5% dos mortos não tinham comorbidades

De cada 100 pessoas que morreram em decorrência da covid-19 no Paraná, ao menos 18 não tinham fatores de risco associado. Contudo, as principais vítimas do novo coronavírus continuam sendo idosos, pessoas com problemas cardíacos e com diabetes.

Conforme boletim estadual divulgado ontem, dos 7.177 óbitos verificados no Estado, 1.334 não faziam parte do chamado grupo de risco, ou seja, não tinham fatores que pudessem explicar o agravamento da infecção. Por essa razão, o total da tabela é mais que o dobro dos óbitos analisados.

Desse total de mortes, 76,38% eram idosos, 47,5% tinham doença cardiovascular crônica e 32,4% possuíam diabetes mellitus. Algumas das vítimas tinham todos esses fatores de risco juntos.

Com menos proporção, o boletim lista ainda como fator de risco obesidade, asma, síndrome de Down e gestantes e puérperas (até 42 dias do parto). Quatro casos foram associados como crianças menores de seis anos.

Já dentre os infectados que são hospitalizados, 34% não apresentaram fatores de risco associado de um total de 27.481 casos analisados. Idosos (14.094) e com doença cardiovascular crônica (9.644) representam, juntos, 86% dos internados. Dentre os internados analisados, 210 tinham menos de seis anos.

Dentre os principais fatores de risco analisados, os de maior mortalidade são de portadores de doença renal crônica, com 51,45% de óbitos entre os internados, seguidos por doença neurológica crônica (51,45%), imunodeficientes (46,7%), doença hematológica (43,45%), doença hepática (42,4%) e idosos (38,9%).


Brasil passa de 196,5 mil mortes

O Brasil registrou, de domingo para essa segunda-feira, 543 mortes em decorrência da covid-19, elevando o total de óbitos a 196.561. No mesmo intervalo, foram notificados 20.006 novos casos da doença, elevando o total de infectados no País para 7.753.752 infecções, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

O Brasil é o terceiro mais afetado pelo novo coronavírus quando são levados em conta os números de casos – fica atrás dos Estados Unidos (20.558.489) e da Índia (10.340.469).

Os estados mais afetados continuam São Paulo, com 1,473 milhão de infectados e 46.888 mortes, seguido de Minas Gerais, com 552.104 casos e 12.063 mortes. Já o Rio de Janeiro é o segundo estado com mais mortes, com 25.617 óbitos causados pelas complicações da covid-19.